sexta-feira, 15 de abril de 2016

Golpe do Sindicato dos Ladrões não passará!

Atacado dentro e fora do Brasil, golpe do Sindicato dos Ladrões para barrar a Lava Jato tem futuro incerto; ruas e Facebook definem o jogo nas próximas horas
publicado em 15 de abril de 2016 às 20:43 - no Viomundo*
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No dia da busca e apreensão na sede da torcida, comandada pessoalmente pelo secretário de Segurança Alexandre de Moraes, a Gaviões da Fiel foi ao Anhangabaú protestar pela CPI da Merenda; os memes que voam pela internet são a principal arma dos opositores para comunicação rápida de seus pontos-de-vista
Da Redação
O golpe do Sindicato dos Ladrões para derrubar Dilma Rousseff e acabar com a Operação Lava Jato foi intensamente bombardeado nas últimas horas.
A mídia promotora dele não noticiou, mas o Brasil já não depende tanto dela: as redes sociais fizeram o trabalho de disseminar a intensidade dos protestos, dentro e fora do País.
Em reportagem de capa, o New York Times revelou aos norte-americanos que a derrubada de Dilma é promovida por corruptos. “Legisladores brasileiros que tentam derrubar Dilma enfrentam suas próprias denúncias de corrupção”.
Em reportagem de Flávia Marreiro, o influente diário espanhol El País foi além: Eduardo Cunha, o preço vergonhoso que a oposição aceitou pagar:
Ainda assim, é vergonhoso que as principais lideranças da oposição — entre elas Fernando Henrique Cardoso que repete que “infelizmente” temos de fazer o impeachment –, tenham aceitado sem maiores dramas essa aliança carnal com Eduardo Cunha. Sem esse pacto, seria muito difícil que mesmo o habilidoso Cunha tivesse conseguido se livrar tão bem até agora do seu processo de cassação.
A imprensa estrangeira e parte da nacional se estarrece na hora de descrever a ficha corrida dele e dos aliados que comandarão o Big Brother da destituição até domingo na Câmara. Têm ainda mais dificuldades para esclarecer, afinal, do que se tratam os decretos e atrasos de pagamentos pelos quais, juridicamente, a Câmara se apressa em dizer que há motivos para afastar a presidenta.
Correspondentes internacionais de diferentes países têm manifestado perplexidade com o fato de que políticos diretamente acusados de receber propina no escândalo da Petrobras tenham se unido para derrubar a presidente com a vaga acusação de “pedaladas fiscais”.
Manobras nos bastidores da Câmara para livrar Eduardo Cunha de cassação deram maior credibilidade à ideia de que um Sindicato de Ladrões se reuniu para dar o golpe e enterrar a Operação Lava Jato.
Primeiro, o deputado Fausto Pinato renunciou à sua vaga no Conselho de Ética alegando que havia trocado o PRB pelo PP. Em seguida, a deputada que o substituiu, Tia Eron, da Bahia, elogiou Eduardo Cunha pela “produtividade” na presidência da Câmara. Se obtiver o voto dela, Cunha terá vantagem de 11 votos a 9 no Conselho e preservará o mandato. Horas depois destas mudanças súbitas, vazou uma detalhada delação sobre propinas de R$ 52 milhões pagas a Cunha na Lava Jato através de contas no Exterior.
A essa altura, em nome de Deus e tendo ao fundo o deputado Jair Bolsonaro, Cunha já tinha dado andamento à sessão do Congresso que pode resultar na cassação de Dilma Rousseff. A votação está prevista para acontecer no domingo.
Questões políticas locais podem alterar significativamente a disputa. O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), confirmou esta noite que votará contra o impeachment atendendo a um apelo do governador Flávio Dino, do PCdoB. Maranhão é opositor do ex-senador José Sarney em seu estado. Com a entrada de Sarney e da filha Roseana na campanha pela derrubada de Dilma, Maranhão decidiu marcar posição contrária. Com ele votariam outros 12 deputados do PP.
A própria Folha de S. Paulo anunciou que a oposição teria, hoje, 340 dos 342 votos necessários para abrir o processo contra Dilma e remetê-lo ao Senado. Porém, nesta contabilidade não considerou os 12 pepistas que teriam decidido acompanhar Maranhão. Parlamentares do PT continuam insistindo que Dilma tem os votos necessários para barrar o processo. O líder do PT na Câmara, José Guimarães, disse que a oposição “sentou na cadeira [de Dilma] antes do tempo”.
O principal veículo dos que se opõem ao golpe tem sido as redes sociais, por onde voam memes, fotos, vídeos e abaixo-assinados de todos os cantos do Brasil.
Segundo ela, são informações desconhecidas dos brasileiros que dependem das emissoras de TV brasileiras para obter informações.
Adelaide fez uma longa lista de reportagens, como as que aparecem abaixo:
O jornal francês Le Monde traz uma matéria retratando o perfil do vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), destacando que ele é um “homem dos bastidores” e um “profissional da política e das intrigas parlamentares”, e que o peemedebista não possui sequer 3% das intenções de voto, mas que ainda assim poderá assumir a chefia do Executivo brasileiro, caso a presidente venha a ser afastada. O Le Monde salienta, ainda, que Cunha quer transformar a votação deste domingo em um espetáculo midiático, transmitido pela Rede Globo, de maneira a pressionar os parlamentares a votar pelo afastamento da presidente Dilma — Le Monde — França;
“Instamos as autoridades judiciais a agirem escrupulosamente dentro dos limites do direito internacional e nacional, e a evitarem tomar posições político-partidárias. Preocupa-nos o desenvolvimento de um círculo vicioso que possa desacreditar tanto o executivo como o judiciário, causando assim sérios prejuízos de longo prazo para o estado e para as conquistas democráticas feitas nos últimos 20 anos, durante os quais o Brasil foi governado sob uma constituição que prevê fortes garantias dos direitos humanos.” — do Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos;
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, divulgou uma declaração na qual diz ser favorável à garantia do mandato da presidente Dilma Rousseff, à continuidade da Operação Lava Jato e afirma que “nenhum magistrado está acima da lei”. Além da intensa militância de adversários do golpe nas redes sociais, uma ampla agenda de manifestações contra o impeachment será cumprida até domingo, garantindo um fluxo de informações contra o golpe. Essa combinação tem permitido enfrentar o apoio maciço da mídia corporativa à dupla Michel Temer-Eduardo Cunha. A disputa, como se vê, permanece indefinida.
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*Via http://www.viomundo.com.br/

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