quinta-feira, 3 de março de 2016

‘Delcídio disse’ (ou não disse) não vale nada. Ele é que era amigo e cúmplice de Cerveró


delcidio
Delação premiada, como se sabe, virou chave de cadeia no Brasil.
Foi pego com a boca na botija? Delate alguém – quanto mais alto no Governo, melhor – e será solto.
Basta dizer, não precisa provar.
Mesmo que aquilo que se diga contrarie a lógica.
É o que acontece com a suposta delação premiada de Delcídio Amaral, o rato pego pela ratoeira do filho do rato Cerveró, talvez montada em troca de benefícios na condenação do ex-diretor da Petrobras.
Cerveró denunciou Delcídio de receber  milhões de dólares em propina da General Elétrica quando era diretor de Gás e Energia da Petrobras, no Governo FHC, de quem Amaral chegou a ser ministro.
Agora, Delcídio supostamente delata Lula e Dilma por fazerem o que ele foi pego fazendo: interferindo do desenvolvimento da ação judicial, com pressões para silenciar Cerveró.
Cerveró era amigo, ex-subordinado e cúmplice de Amaral. E o delatou.
Curioso que na conversa gravada, onde Delcídio fala no que o preocupa na delação de Cerveró, nada disso é mencionado.
Pergunta é sobre a Alstom, vendedora de turbinas a gás, da qual também teria recebido propina.
Agora, Delcídio teria dito que agia por ordem de Lula. E que José Eduardo Cardozo, que nem o japonês afasta das funções caricatas que assumiu na PF, de “apertar” ministros do STJ. E que a própria Dilma teria “apertado” o presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski numa conversa ocorrida em Portugal.
Delcídio, que não estava lá, ouviu tudo, não é? Ou então, a Presidenta – na sua conhecida descontração – teria falado com ele: “pô, Dedé, fui dar uma prensa no Lewandowski mas o cara desconversou…”
Que beleza.
Enquanto isso, André Esteves, o banqueiro que tinha cópias das delações, sumiu dos jornais.
E quando todas as atenções estavam voltadas para a aceitação da denúncia contra Eduardo Cunha.
Em compensação, sai discretamente a notícia baseada em fatos: o empresário que fez as obras no sítio frequentado por Lula diz que as obras foram pagas…pelo dono do sítio. E que tem nota fiscal para provar.
Provar vem ao caso?
*Por Fernando Brito - Blog Tijolaço

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