quinta-feira, 10 de março de 2016

RECADO À MILITÂNCIA - Roberto Amaral se despede do PSB, 'que se aliou ao projeto elitista e golpista'


Segundo documento divulgado hoje, agremiação não tem mais projeto e tenta seguir “a direção dos ventos conforme sopram”, negociando “alianças eleitorais no varejo da pequena política”
por Redação RBA* 
Roberto Amaral
Amaral diz que se despede da legenda para poder continuar defendendo o socialismo
São Paulo – O ex-presidente do PSB Roberto Amaral divulgou hoje sua desfiliação e carta de despedida aos militantes do partido. A decisão foi antecipada ontem pela RBA. “Dirijo-me a vocês pela última vez como militante do partido que tenho o orgulho de haver ajudado a reorganizar-se, e a cuja construção dediquei três décadas da minha vida”, afirma. “Despeço-me da legenda para poder continuar defendendo o socialismo e sua proposta de fazer de nosso país uma nação soberana, desenvolvida e socialmente inclusiva”, justifica.
Ele ajudou a “refundar” o PSB em 1985, após o regime militar, como herança da legenda fundada em 1947 por João Mangabeira.
Segundo a carta, “a inevitabilidade da candidatura majoritária de Marina Silva (em 2014) criou a expectativa de um projeto eleitoral promissor”. Mas, no final do processo, esse projeto “foi desperdiçado”. “O grau de degradação ficou evidente quando o partido, no segundo turno do pleito de 2014, traindo seu programa, rasgando sua história, decidiu-se por apoiar o projeto da classe dominante”, diz Amaral.
O ex-dirigente do PSB afirma que, depois de decair ideologicamente, o PSB “se alia ao projeto elitista, e agora também golpista, que sempre combatera”.
Afirma ainda que a legenda não tem mais projeto e tenta seguir “a direção dos ventos conforme sopram”, negociando “alianças eleitorais no varejo da pequena política” e “tenciona navegar na onda da retomada do poder pelos derrotados nos pleitos de 2002, 2006, 2010 e 2014”.
Segundo ele, os tempos atuais são de resistência, e, mesmo em conjuntura de crise, diante do avanço das teses do neoliberalismo e das forças de direita, em todo o mundo, maior deve ser  a convicção de que “o socialismo é a única alternativa para o futuro da humanidade”.
“Despeço-me do PSB que se nega a si mesmo para manter-me coerente com minha vida. Faço-o de alma leve, certo de que escolho a melhor senda rumo ao futuro”, conclui Amaral.
Ontem, a deputada Luiza Erundina já havia anunciado sua saída do partido. Ela foi recebida hoje com festa no Psol, onde ficará abrigada enquanto não consegue fundar seu partido, o Raiz.
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