'País vive situação insustentável. O nível de corrupção é monstruoso e alguma coisa deveria ser feita', diz Fornazieri
RBA - São Paulo – “A Operação Lava Jato tem um impacto enorme na política. No contexto dela caiu a presidenta Dilma Rousseff (PT), caiu o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e, agora, chega ao auge”, avalia o cientista político Aldo Fornazieri, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp). A maior operação do gênero completa hoje (17) três anos e soma grande número de fases, condenações e controvérsias.
No início, os investigadores da Polícia Federal apuravam esquemas de corrupção envolvendo empreiteiras, doleiros, funcionários da Petrobras e políticos. O que começou como uma operação de investigação “se desenvolveu como um instrumento utilizado por partidos de oposição ao governo Dilma como forma de manipulação política”, afirma o professor. “Embora a Lava Jato tenha méritos no processo de desmembramento da corrupção, ela é inequivocamente parcial”, completa.
Fornazieri questiona as condenações dos envolvidos em esquemas de corrupção. “Em primeiro lugar, quem mais foi atingido foi o PT, enquanto os políticos que têm foro privilegiado estão protegidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entendo que o STF está em curso em um grave erro por não constituir uma força tarefa interna, com um esquema para agilizar processos e condenações. No meu ponto de vista, o STF é leniente e conivente com a corrupção. É um órgão de proteção de políticos, particularmente do PSDB e do PMDB”, diz. (...)
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