*Por Juremir Machado da Silva
Tem algo muito errado nesta
Copa do Mundo do Brasil. Algo insuportavelmente errado. Basta dar uma olhada
para ver que algo não foi previsto. Estava anunciado que seria o caos, a bagunça, uma esculhambação, um mico, um
fiasco. A oposição esfregava as mãos de contentamento. Ia dar errado. Só podia
dar errado.
Deu errado.
Tudo funciona.
Os gringos andam de um lado
para outro, comem, bebem, transam, dormem, festejam e soltam pum. E nada
acontece. Pegam aviões e chegam a tempo de assistir aos jogos. Entram nos
restaurantes e são servidos. Usam ingressos que servem para entrar nos
estádios. Olham jogos que acontecem na hora. Sentam-se em cadeiras que resistem
aos seus bundões de primeiro mundo. Pegam transportes que os levam ao lugar
desejado.
Sim, vez ou outra, algo dá
certo, quer dizer, do ponto de vista dos lacerdinhas, errado, alguém é
enganado.
No geral, até agora, que o
futuro a Deus pertence, é um tédio.
Um mexicano perdeu 40
ingressos num táxi. O motorista foi ao hotel e devolveu tudo. Uau!
Mas alguns assaltos e furtos
já aconteceram. Na média do que acontece em Paris.
Os lacerdinhas zurram,
relincham e soltam coices: garantem que ainda vai dar errado.
Chove sem parar em Natal.
Como o governo não previu isso? O som falhou no Beira-Rio. Como Dilma não
mandou testar mais uma vez antes de o jogo começar? Viram como está dando
errado? Teve fila em Brasília. Um turista holandês com diarreia não achou o
banheiro e fez nas calças. Como não se montou um plano B?
A Copa do Mundo do Brasil
está dando um banho de brasilidade: bom humor, hospitalidade e samba.
Funciona.
É terrível. Isso poderá
afetar o resultado das eleições.
O TSE precisa intervir. É
propaganda eleitoral antecipada.
Alguém precisa proteger os
manifestantes antiCopa: é uma espécie em extinção.
*Juremir Machado da Silva é jornalista do Correio do Povo e Rádio Guaíba
- via http://www.correiodopovo.com.br/
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