Por Maria do Rosário*
Aprofundar a democracia.
Essa é a única e exclusiva motivação da presidenta Dilma Rousseff ao publicar o
decreto 8.243/14, que institui a Política Nacional de Participação Social
(PNPS). A iniciativa vêm sofrendo injustos e raivosos ataques de setores
conservadores, que parecem preocupados com o fortalecimento e a legitimação de
espaços de diálogo com a sociedade que são fundamentais na construção da nossa
jovem democracia.
Os que estão lutando contra
a Política Nacional de Participação Social viram as costas e tapam os ouvidos
para as vozes que bradaram por mais democracia nos movimentos de junho do ano
passado. Em tempos nos quais as redes sociais nos conectam sem barreiras de
tempo ou distância, renegar esse direito aos brasileiros e brasileiras é um
contrassenso.
A PNPS nada mais é que a
organização de instâncias consultivas e a regulamentação de uma prática que se
tornou frequente nos últimos anos baseada na construção de um diálogo franco a
aberto com as comunidades. Nos governos Lula e Dilma, foram realizadas
aproximadamente 80 conferências, decisivas para proporcionar a
representatividade digna de um país continental.
A democracia se constitui
pelo imenso mosaico de expressões da nossa sociedade por meio das mais
diferentes cores, credos, gêneros, orientações de cunho sexual ou ideológico. O
nosso atual período histórico tem a Constituição de 1988 como marco
fundamental, sendo resultado direto da luta de muitas mãos, entre as quais
devemos destacar a atuação dos movimentos sociais. Muitos cidadãos brasileiros
deram a sua vida pela nossa liberdade, para que logo no primeiro artigo da
Carta Magna estivesse explícito que “todo o poder emana do povo”, sendo que a
própria Constituição assegura a participação social .
As experiências da mescla de
contribuições dos poderes constituídos com a participação popular são
extremamente exitosas. O Plano Nacional de Educação, recentemente aprovado no
Congresso Nacional, é fruto de inúmeras conferências que fizemos pelo Brasil,
nas quais tive o orgulho de participar como então presidenta da Comissão de
Educação da Câmara Federal.
A inovadora implantação do
Orçamento Participativo durante a gestão de Olívio Dutra à frente da Prefeitura
de Porto Alegre na década de 1980 se disseminou e conquistou reconhecimento
internacional. Atualmente, é uma política pública praticada mundo afora por
diversos governos municipais e estaduais, independente de suas colorações
partidárias. E nem por isso os Legislativos saíram enfraquecidos ou
desprestigiados. Pelo contrário, a população passou a compreender melhor a
responsabilidade dos governantes e representantes, além do seu próprio papel no
desenvolvimento da sociedade.
Não tenhamos medo da
participação do povo, pois a solidificação das conquistas das últimas décadas
passa fundamentalmente pelo aprofundamento da democracia. Somente fortalecidos
com a atuação ativa de cada vez mais pessoas poderemos construir uma nação mais
justa, igualitária, plural e participativa.
*Deputada Federal do PT/RS - via http://www.brasil247.com/
**Foto: A deputada Maria do Rosário, entre Neltair 'Santiago' Abreu e Júlio Garcia (campanha eleitoral de 2008 em Porto Alegre)
...
-NOTA do BLOG 'O Boqueirão Online': Para conhecer a íntegra o Decreto nº 8243/14 - que Institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá outras providências -, clique AQUI.
**Foto: A deputada Maria do Rosário, entre Neltair 'Santiago' Abreu e Júlio Garcia (campanha eleitoral de 2008 em Porto Alegre)
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-NOTA do BLOG 'O Boqueirão Online': Para conhecer a íntegra o Decreto nº 8243/14 - que Institui a Política Nacional de Participação Social - PNPS e o Sistema Nacional de Participação Social - SNPS, e dá outras providências -, clique AQUI.
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