#Sobre o caso do vendedor senegalês ALIOU: Denúncia e APELO* postado no face da Advogada santiaguense Adriana Cristofari:
"Esse é meu amigo (e de mais muitas pessoas) Aliou.
Veio do Senegal, África, há 3 anos, a fim de buscar um
trabalho digno para o sustento próprio e de sua família.
Ele vende objetos como capinhas de celular, relógios, anéis,
meias, películas etc no fim do calçadão, em frente a loja Pompéia e é um amigo
muito querido e especial para minha família.
No dia 07/07/2017 foi notificado pela fiscalização da
Prefeitura que teria 48 horas (2 dias) para retirar seu expositor de
mercadorias, sob a alegação de que há reclamações do comércio local e que a sua
tenda estava interrompendo a passagem de pessoas. No entanto, pela fotografia,
pode se observar que há um grande espaço entre o expositor e a beira da calçada
e que em nada atrapalha a circulação de pessoas.
Ele é um amigo tão honesto e humilde que apenas queria fazer
o que a fiscalização estava mandando sem argumentar, mas não me calei com
tamanha injustiça e fui até a prefeitura falar com o Prefeito Tiago Gorski
Lacerda (PP).
Quando comecei a relatar o problema do nosso amigo que lá
trabalha há quase 2 anos na cidade, ele disse que não havia nenhuma outra
possibilidade de ele e outros vendedores ambulantes continuarem mantendo suas
tendas no calçadão, e, que estariam contrariando o disposto na lei 238/76.
Sugeri um espaço para eles continuarem exercendo seu
trabalho, mas essa sugestão não foi aceita, pois, segundo o prefeito, não
haveria na cidade um local adequado.
Ele relatou que deveríamos tratar tantos os imigrantes
quanto vendedores da cidade como iguais, mas eis a questão: Os vendedores de
Santiago tem família, tem CPF, tem RG, tem carteira de trabalho e podem arrumar
algum emprego nesta cidade, mas os imigrantes têm somente a autorização
provisória para ficar no Brasil, não falam o Português perfeitamente, ou seja,
não existe alternativa de trabalho, a não ser vendendo esses objetos.
Diante dessa situação, me pergunto: Que tipo de seres
humanos somos? Eles só querem trabalhar! Não incomodam ninguém! E não têm
ninguém a quem possam recorrer.
Conto com a sugestão dos amigos e solidariedade para
resolvermos juntos não só o problema do amigo, mas também dos demais vendedores
ambulantes em especial dos imigrantes."
...
**Nota do Blog 'O Boqueirão Online': É imperioso que - nesse caso, especialmente -, prevaleça a sensibilidade e a solidariedade - ao invés dos rigores da lei. Casos excepcionais tem que ser analisados e tratados, por óbvio, excepcionalmente. Não somente em relação ao senegalês, mas também em relação à todxs aqueles que se encontram trabalhando honestamente, embora de forma precária ou mesmo irregular, e que dependem disso para seu sustento e de suas famílias.
Se a Lei é equivocada e/ou injusta, revogue-se ... ou altere-se a Lei!
A solidariedade com as pessoas (sobretudo com os mais pobres, com os excluídos, com os perseguidos) sempre tem que estar em primeiro lugar. Com humanidade, - e com boa vontade - resolve-se qualquer problema. E decisões equivocadas sempre podem ser revistas... (por Júlio Garcia)
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