"Tudo isso está sendo montado
para acabar com o sistema político. O objetivo maior dessa Operação Lava Jato é
desconstituir o sistema político. Tem artigo escrito do Moro, tem palestra do
Deltan Dallagnol, esse messiânico louco. Eles querem desconstituir o sistema
político. A primeira coisa é que eles se aliaram à parte podre do sistema
político para afastar e derrotar a esquerda, porque pior do que o sistema
político é a esquerda, claro. Agora eles estão tentando desconstituir o resto,
e começaram a brigar entre si."
Advogado e Defensor Público aposentado Carlos Frederico Guazzelli |
Por Luís Eduardo Gomes, no Sul21*
Em “Crônica de uma Morte
Anunciada”, Gabriel Garcia Márquez conta a história do assassinato de Santiago
Nasar, um crime que todos sabiam que iria acontecer muito antes de ser
concretizado. Para o defensor público aposentado e ex-coordenador da Comissão
Estadual da Verdade, Carlos Frederico Guazzelli, a condenação do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva há nove anos e meio de prisão pelo juiz federal
Sérgio Moro foi assim, a “crônica de uma condenação anunciada”. Para ele,
o processo foi “inventado para condenar” Lula. Guazzelli diz que somente o fato
de a denúncia do Ministério Público Federal – de que o ex-presidente seria dono
de um triplex cujas provas mostrariam que ainda seria de posse da OAS – ter
sido aceita por Moro já indicaria que o país vive um “regime de exceção”.
Em entrevista ao Sul21,
Guazzelli faz duras críticas ao sistema judiciário brasileiro, segundo ele,
extremamente conservador, que estaria agindo, por intermédio de juízes como
Moro e de procuradores como Deltan Dallagnol, com o objetivo de desconstituir o
sistema político nacional. Além disso, ironiza a frase que Moro utiliza para
fechar sua sentença, de que não há ninguém acima da lei, salientando que apenas
os juízes se arvoram o direito de estar em tal posição, infringindo a
legislação nacional com a justificativa de defesa do “interesse público”. “Esse
é um juiz arbitrário, sobre o qual já se demonstrou a prática de crimes”, diz
Guazzelli, referindo-se ao próprio Moro.
Com mais de quatro décadas de
advocacia e na Defensoria Pública, ele diz já não esperar mais nada do sistema
judiciário nacional e pondera que a perspectiva, pelo menos a sua, é de a
condenação ser mantida no Tribunal Regional da 4ª Região (TRF4), localizado em
Porto Alegre, que ficará responsável por julgar o recurso da defesa do
ex-presidente. No entanto, salienta que há uma verdadeira corrida contra o
tempo, uma vez que, para Lula ficar de fora da corrida presidencial de 2018, e
para evitar-se um imbróglio que coloque, por exemplo, Lula condenado em segunda
instância mas com a candidatura registrada, o desfecho precisa se dar três
meses antes da eleição, prazo final para o registro das candidaturas no ano que
vem. (...)
*CLIQUE AQUI para ler a entrevista na íntegra.
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