domingo, 17 de julho de 2011

Entrevista com o Presidente do PT - Santiago/RS


Entrevista com o Presidente do Partido dos Trabalhadores de Santiago

Antônio Carlos Rosa Bueno é bancário do Banco do Brasil, petista histórico, foi vereador e atualmente preside o PT Santiago; nessa entrevista exclusiva, ele - que colocou seu nome como pré-candidato a prefeito pelo PT, comenta sobre sua intenção e a construção coletiva de uma vida mais digna para todos.

Júlio Prates: O Senhor é pré-candidato a Prefeito pelo PT de nossa cidade. Como o Senhor pretende abrir um espaço de esquerda em nossa cidade, que linha discursiva pretende adotar?
Antônio Bueno: Não existe pré-candidatura consolidada, apenas disponibilizei o meu nome ao Partido como candidato a candidato, em sendo aceito serei pré-candidato até a convenção. Evidentemente que tudo o que penso e que proporei será lapidado, incrementado e definido no conjunto do Partido, que, também, saberá acolher com muita propriedade as contribuições vindas da sociedade. O foco do nosso trabalho e os enfrentamentos que faremos fazem parte das diretrizes do nosso Partido. Eu tenho lado e o nosso Partido é muito claro, estamos do lado dos trabalhadores, dos mini e pequenos produtores, da pequena atividade comercial, industrial e de serviços, ao lado dos excluídos, desrespeitados e perseguidos, enfim ao lados de todos aqueles que dependem da atuação do Poder Público. Estar ao lado dos pequenos e dos pobres não significa ser contra ninguém, acho que aqueles que desfrutam de uma condição mais confortável tem uma contribuição importante a dar ao nosso município sem que a estrutura pública esteja voltada para atender o seus interesses.

O modo petistas de governar será sentido em todas as nossas ações seja na participação popular, na transparência, no respeito e bom uso do dinheiro público, enfim queremos aprofundar o exercício da cidadania em nosso Município.

JP: Informações extraoficiais dão conta que existem dois nomes que aceitam disputar a majoritária, o Senhor e a Professora Iara Castiel. Haverá disputa entre os dois nomes ou o Senhor acredita em consenso em torno do seu nome?
AB: O meu nome está colocado a disposição do Partido no intuito de contribuir para o crescimento partidário e acima de tudo fazer um grande debate com a sociedade santiaguense, elecando causa e causadores de todas as dificuldades vividas pelo nosso povo e sinalizando com um novo horizonte que produzirá resultados a curto prazo em algumas situações e a um prazo maior em questões econômicas buscando gerar alternativas e oportunidades a todos, estancando o êxodo cada vez maior de Santiaguenses.

A Companheira Iara é um dos quadros mais valorosos do nosso Partido, tem uma rica trajetória de militância política, de luta sindical, viveu e interagiu em momentos impares da conjuntura política nacional, além de ser uma pessoa totalmente preparada e afinada com propósitos do nosso Partido.

Não participarei de nenhuma disputa interna, esse mecanismo tem se mostrado ineficaz, caso a Companheira Iara pleiteie ser Candidata a disputa majoritária terá o meu irrestrito e entusiasmado apoio.

JP: Como presidente do PT e pré-candidato a Prefeito, o Senhor pretendo conduzir o PT às negociações com o frentão ou o Senhor defende uma chapa pura?
AB: Nosso Partido tem enormes dificuldades ao debater esse tema, mesmo se tratando de uma disputa local na qual o PP é o grande responsável pelas mazelas em que vivemos tanto no campo econômico como no exercício da cidadania.

A maioria dos Partidos que debatem o chamado frentão são ferrenhos adversários na conjuntura nacional ou estadual, porém isso não impede de dialogar-mos colocando como eixo as questões locais, mesmo com profundas diferenças programáticas e ideológicas, lutar em favor transformações no nosso Município é algo estimulante.

Na atual conjuntura chapa pura é uma possibilidade bastante viável.

JP: Quais são os partidos locais que na sua opinião poderiam formar o campo de aliança ao lado do PT?
AB: Pessoalmente não quero explicitar minhas preferências, darei tempo para que o debate interno se aprofunde e defenderei posições aprovadas pelo conjunto de Partido.

JP: Sabemos, por suas declarações na imprensa, que o PT local é contrário a compor com o PP. Entretanto, em nível nacional, o PP integra a base aliada da Presidenta Dilma e, aqui mesmo no Estado, tudo indica que o PP venha também a integrar a base aliada do governador Tarso. Já partidos que no espectro nacional são opositores ao PT, cito o caso do PSDB, por exemplo, no plano local caminha na mesma linha oposicionista do PT. Como líder maior do PT local como o senhor pretende equacionar essas contradições?
AB: Não são todos os companheiros que defendem esta tese, há no nosso diretório companheiros favoráveis a uma composição com o PP, não posso negar que a maioria do nosso Partido é contra e eu estou entre os contra, não acredito em transformação por dentro, creio que só derrotando o PP é que poderemos fazer transformações de verdade e elevar Santiago a um novo patamar de desenvolvimento econômico, social e de cidadania.

O debate das eleições 2012 é muito complexo, porém muito já pode ser feito por todos aqueles que desejam e realmente lutam por mudanças. Não basta, simplesmente, querer derrotar o PP, é preciso apresentar propostas sérias e exeqüíveis capazes de convencer as mentes e conquistar os corações dos Santiaguenses e, evidentemente, apresentar nomes que tenham credibilidade e competência para execução das propostas.

JP: O senhor admite uma coligação local envolvendo o PSDB?
AB: O nosso Partido possui, Brasil a fora, as mais diversas composições, inclusive com PSDB. Se a maioria do nosso Partido entender que conjuntamente com o PSDB e outros Partidos poderemos construir alternativas que melhorem a vida do nosso povo, não cabe a mim rejeitar, devo tentar viabilizar junto ao Diretório Estadual, o que é uma meta muito complicada.

JP: Presidente, sejamos francos, existem muitos petistas que defendem coligaçao com o PP, qual é sua opinião sobre esses companheiros e qual é sua posição sobre essa linha de intervenção?
AB: Tenho profundo respeito as posições da cada companheiro, mesmo a maioria sendo contrario, elas devem ser explicitadas com a toda franqueza e tranqüilidade.

JP: Esse enfrentamento do governador Tarso com amplos setores organizados do funcionalismo público estadual não poderão resultar em eventuais desgastes numa eleição municipal?
AB: Creio que a grande maioria não tem conhecimento do teor das propostas e do impacto que os projetos causarão aos servidores e a sociedade. Temos a tranqüilidade para aprofundar o debate em cada uma das propostas, a imensa maioria do funcionalismo não será impactado pelas propostas, o Governo quer dar sustentabilidade ao IPE, ter condições para honrar com as RPVs e cumprir com a resolução do CONAMA que exige a redução da emissão de resíduos poluidores ao meio ambiente e principalmente, retirar dos ombros da sociedade gaúcha o ônus de sustentar vultuosos salários de alguns servidores que nunca contribuíram na integralidade dos seus proventos, portanto, acredito que não haverá nenhum desgaste a nós na eleição municipal de 2012.

JP: Suas considerações finais, Senhor Presidente:
AB: Júlio, nunca tive e não tenho ambição pessoal de ser Prefeito, tento ser útil e contribuir para a melhoria de vida do nosso povo, tenho trabalhado de forma humilde, respeitosa, mas com muita tenacidade e tenho a certeza de ter colocado o meu tijolo na construção deste edifício chamado BRASIL, que ao longo desses últimos 9 anos deu um grande salto de qualidade, melhorou a vida dos Brasileiros e conquistou o respeito do mundo todo.
...

*Entrevista concedida ao jornalista Júlio Prates - Blog http://julioprates.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário