sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Parlamentares de 36 países pedem liberação de líderes palestinos em Israel




Porto Alegre/RS - Sul21 - Parlamentares de 36 nações que participam do Fórum Mundial Palestina Livre (FSMPL) construíram uma carta de recomendação sobre a questão palestina nesta sexta-feira (30) durante o Fórum Parlamentar Mundial Palestina Livre. O evento reuniu deputados interessados em discutir o conflito entre Palestina e Israel. No documento, entre outras medidas, foi solicitada a liberação de líderes palestinos em Israel.

O momento histórico de reconhecimento da Autoridade Palestina como estado não-membro pelas Nações Unidas, nesta quinta-feira (29), também repercutiu nas falas políticas do Fórum Parlamentar Mundial. Na oportunidade, o chefe de Relações Internacionais do Fatah, Nabil Shaat reportou as condições impostas pelo estado de Israel logo da votação na ONU. Segundo ele, foram medidas que mantém a segregação dos estados pela fé. “Eles querem um estado judeu e não um estado Israel. O governo israelense não quer uma relação de convivência com muçulmanos e cristãos. Nós queremos. Um estado laico”, disse.

As condições de Israel são, segundo Shaat, não haver retornos de refugiados palestinos às suas propriedades, haver um reconhecimento do estado judeu, excluir de qualquer negociação com o estado palestino as áreas de Jerusalém e manter Cisjordânia e Gaza sobre controle de Israel. “Nós reconhecemos Israel e todos os seus habitantes e suas diversas confissões de fé. Também queremos ser vistos assim e não apenas como muçulmanos”, afirmou o enviado especial do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas.

Palestina se tornou estado não-membro das Nações Unidas por 138 votos a 9, mais 41 abstenções – portanto, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, considera que não há outro caminho para Israel que não fazer uma nova eleição de governantes. “Ou eles fazem isso ou ficarão contra o mundo inteiro. Foram inúmeros países que votaram em favor de uma nação ontem. Sei que há pessoas que compreendem isso em Israel. Temos que renunciar ao terrorismo de estado e à discriminação racial. Não há outra saída”, falou.

Sociedade civil sugere realização de segundo Fórum Palestina Livre em Ramallah

Paralelo ao Fórum Parlamentar Mundial Palestina Livre, a sociedade civil organizada também discutia o recente passo em favor da autodeterminação do povo palestino. O sociólogo Emir Sader considera que a decisão da ONU foi mais do que um ato simbólico e poderá proporcionar uma reorganização interna dos palestinos. “O ânimo deste povo mudou. Além de poder acessar organismos internacionais, a Palestina pode construir aeroporto, enfim, desenhar um estado. Abrirá um nível de relação diferente”, acredita.

Ele sugeriu que as deliberações do Fórum Social Mundial Palestina Livre possam garantir a segurança necessária para que a cidade palestina de Ramallah possa sediar um próximo encontro. Um dos membros do Comitê Organizador, Emir Murad, concordou com a tentativa de levar o fórum para o estado palestino. “Quando falamos em realizá-lo no Fórum Social Mundial, em Dakar, Egito e Tunísia declinaram por questões de segurança. Prontamente o Brasil se ofereceu. Agradecemos a todas as entidades que estão apoiando esta luta”, falou.

O representante da organização pediu desculpas por eventuais problemas no transcorrer da programação, mas alegou que algumas pressões políticas atrasaram a realização do evento. Nas vésperas do Fórum, o Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul retirou a cedência das salas para a realização das principais conferências. Uma semana antes, a Prefeitura de Porto Alegre e a Assembleia Legislativa do RS quase retiraram também.

Para o representante da CUT (Central Única de Trabalhadores), João Felício, há muitos interesses políticos, religiosos e econômicos por trás das organizações e da imprensa – que, segundo ele, não dá voz ao estado palestino. “Diferente do Fórum Social Mundial, este fórum traz soluções concretas e não apenas reflexões. Por isso existem estas pressões contrárias”, afirmou. (Por Rachel Duarte) -  http://www.sul21.com.br

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cara, que medo!...


*Charge do Laerte

Fórum Mundial Palestina Livre




Em Porto Alegre, autoridades confiam em reconhecimento da Palestina pela ONU

Porto Alegre/RS -  Sul21 - As autoridades palestinas que participam nesta quinta-feira (29) do Fórum Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre, estão confiantes da votação favorável ao reconhecimento do estado palestino na Assembleia Geral da ONU. Enquanto as nações decidem a resolução que altera o status da Autoridade Palestina de “entidade” observadora para “Estado não-membro”, em Nova York, a sociedade internacional apoiava a luta pela autodeterminação do povo palestino no evento realizado no Rio Grande do Sul. “Temos esperança de que vamos dar este passo importante para a luta dos direitos palestinos”, disse Nabil Shaat, enviado especial do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas.

Para Nabil Shaat, o reconhecimento das Nações Unidas será um avanço em termos de garantias de direitos para o estado palestino. “Temos que conseguir que as leis internacionais, das convenções internacionais de direitos humanos e fóruns internacionais sejam cumpridas pelo estado de Israel. Precisamos de apoio internacional para nossa resistência aos crimes cometidos por Israel”, disse.

Com o reconhecimento da Palestina pelas Nações Unidas, os palestinos poderão acessar o Tribunal Penal e a alguns outros organismos internacionais. Por esta razão houve pressões às autoridades palestinas ao longo da semana, no sentido de impedir a ida do presidente Mahmoud Abbas à Assembleia da ONU. “Eles não querem que acessemos os tribunais internacionais. Ainda ontem (28) o presidente foi pressionado de diversas formas. Eles não querem que denunciemos que os israelenses estão cometendo crimes violentos contra os palestinos”, falou o chefe de Relações Internacionais da Al Fatah. 

“Os israelenses não querem que denunciemos os crimes de direitos humanos contra palestinos nos organismos internacionais”, diz Nabil Shaat | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21

A Assembleia-Geral da ONU deve reconhecer a Palestina como um Estado soberano, apesar das ameaças dos EUA e de Israel de punir a Autoridade Palestina, retendo verbas importantes para o governo da Cisjordânia. O presidente palestino, Mahmoud Abbas, obteve o apoio de mais de uma dúzia de países europeus, após um conflito de oito dias, neste mês, entre Israel e militantes islâmicos palestinos na Faixa de Gaza.

Os palestinos contam também com forte apoio das nações em desenvolvimento, que compõem a maioria do plenário. Para que a medida seja aprovada, basta a maioria simples entre os países da ONU. Os palestinos esperam ter pelo menos 130 votos. Segundo o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, o resultado da votação na ONU, que será oficializado a partir do final da tarde desta quinta-feira (29), será favorável ao reconhecimento do estado palestino. “Estamos confiantes. Vamos dar um passo para poder resolver outros temas. Passar a negociar lado a lado com Israel, como dois estados. Tudo terá que ser negociado com base no direito internacional. Não será mais uma decisão de Israel dizer se somos ou não estado. Com isso poderemos negociar temas pendentes entre os dois povos para alcançar uma paz duradoura”, avaliou.

A partir do reconhecimento do estado palestino, o embaixador prevê que a comunidade internacional terá mais legitimidade para apoiar os palestinos e combater os crimes de direitos humanos que ditam a norma dentro dos territórios segregados. “Nosso território será território ocupado de um estado soberano e não um território disputado como Israel e os colonos querem aparentar. Seremos um estado reconhecido pelas Nações Unidas, com delimitação física de área e organismos internacionais que podem assegurar leis e interferir. Passará a valer a força do direito e não o direito da força”, falou Ibrahim Al Zeben. (por Rachel Duarte)

*Foto: Enviado do governo palestino Nabil Shaat acredita na vitória do reconhecimento do estado palestino junto à ONU  - Créditos: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21  http://www.sul21.com.br

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Deputado Paulo Ferreira reuniu-se com o secretário-geral da ONU



New York/EUA - Em viagem oficial aos Estados Unidos da América do Norte, na última sexta-feira (23) uma comitiva de deputados federais brasileiros, dentre os quais encontravam-se o santiaguense Paulo Ferreira (PT/RS) e o presidente da Câmara, Marco Maia (PT/RS), visitaram a sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, e participaram de reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (foto). 

Durante a audiência, os parlamentares conversaram com Ban Ki-moon sobre a situação brasileira e sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU. Eles foram acompanhados pela embaixadora da missão do Brasil nas Nações Unidas, Maria Luiza Viotti, que também os recepcionou na embaixada brasileira nesta segunda-feira (26). Ontem (27), último dia de atividades oficiais, os parlamentares prestigiaram na Universidade de Columbia duas conferências e um painel que têm como tema nosso país.

*Com o sítio http://www.pauloferreira.net.br

Rádio CUT


O Blog 'O Boqueirão Online' disponibiliza (ao alto da página, à direita) alguns links de rádios para que @s prezad@s internautas, ao mesmo tempo em que acessam as postagens, possam escutar  suas programações, notícias  e músicas de qualidade.  

Uma das rádios que sugerimos  que seja acessada com regularidade é a Rádio CUT (a rádio da Central Única dos Trabalhadores). 

-Confira  a ótima programação da Rádio CUT clicando AQUI

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Inicia a transição de Governo em Itacurubi/RS



O próximo prefeito do município  de Itacurubi, JOSÉ GROSSO (PT), o primeiro prefeito eleito pelo  Partido dos Trabalhadores em nossa Região (derrotou o candidato Trilha, do PP),  já designou a sua equipe de trabalho para organizar a transição de governo. O companheiro JOÃO SILVEIRA (ex-vereador em Sertão/RS e que, nas últimas eleições, concorreu a vice prefeito pelo PT de Santiago) é o Coordenador da Equipe de Transição, que é integrada, ainda, por JEFERSON CHIARELI e pelo companheiro EDVALDO (o coordenador da campanha vitoriosa em Itacurubi). 

Os trabalhos da equipe de transição  tiveram inicio no dia 21 deste mês.
...
Nota: O município de Itacurubi localiza-se na região ocidental Rio-grandense em uma latitude 28º47'43" sul e a uma longitude 55º14'07" oeste, estando a uma altitude de 160 metros. Limita-se com São Borja, Unistalda, Santiago, Bossoroca e Santo Antonio das Missões.  Segundo dados da FEE/RS (2011),  possuía então  3.440 habitantes.  Dista 413,092 Km da Capital dos gaúchos.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Governador anuncia concurso público para 700 novos agentes da Polícia Civil




Porto Alegre/RS - O governador Tarso Genro, anunciou, nesta segunda-feira (26), novo concurso público para 700 agentes da Polícia Civil. O comunicado foi feito durante a aula magna ministrada pelo governador aos alunos da 45ª turma do Curso de Formação de Delegados de Polícia, no auditório da Academia de Polícia Civil do Rio Grande do Sul, no bairro Navegantes, na Capital.

Tarso afirmou que a segurança pública é questão fundamental para a manutenção do estado democrático de direito na sociedade brasileira e destacou que a eficácia policial deve caminhar ao lado da garantia dos direitos dos cidadãos. "O trabalho na segurança pública é central para a garantia do estado de direito", afirmou.

O governador citou sua experiência como ministro da Justiça e manifestou seu interesse pessoal, como estudioso, pela questão policial. Após examinar a participação das polícias em inúmeros momentos cruciais da história mundial contemporânea, Tarso finalizou reafirmando a especificidade do trabalho da Polícia Civil, que é respaldado pela constitucionalidade e pela democracia desde a Carta de 1988.

Estiveram presentes à mesa de honra, além do governador, o secretário da Segurança Pública, Airton Michels, o Chefe de Polícia, delegado Ranolfo Vieira Júnior, o subchefe de Polícia, delegado Ênio Gomes de Oliveira, e o diretor geral da Acadepol, delegado Francisco José Salatino Tubelo.

Texto e foto: Assessoria Polícia Civil Edição: Redação Secom (51) 3210.4305
http://www.estado.rs.gov.br

domingo, 25 de novembro de 2012

Dez jornalistas mais burros e reacionários do Brasil





É hora dos prêmios de 2012.

A divulgação sai mais cedo porque tudo pode acabar dia 12 de dezembro.

A lista dos mais burros e reacionários deu trabalho aos julgadores.

É muito difícil encontrar um jornalista de opinião política na grande mídia brasileira que não seja burro, reacionário ou as duas coisas.

Eu sou burro e reacionário.

Mas sou insignificante. A comissão julgadora não me classificou entre os mil primeiros em reacionarismo. Já em burrice eu poderia ter um lugar melhor.

Eis a lista dos grandes vencedores:

1 – Merval Pereira

2 – Reinaldo Azevedo

3 – Ricardo Noblat

4 – Eliane Cantanhede

5 – Arnaldo Jabor

6 – Lauro Jardim

7 – Boris Casoy

8 – Ferreira Gullar

9 – Ricardo Setti

10 – Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho, ao menos, parece honesto e leu alguns livros.

É incrível como Arnaldo Jabor vem perdendo terreno. Qualquer um consegue, hoje, ser mais burro e reacionário do que ele sobre qualquer assunto.

O Rio Grande do Sul está por baixo. Apesar de quase todos os seus colunistas serem reacionários, o Estado não consegue emplacar um só entre os dez primeiros. Sem dúvida, um desprestígio para o nosso jornalismo. Nossos colunistas mais reacionários têm sido ultrapassados em conservadorismo até por figuras inexpressivas como Lauro Jardim, editor de notinhas, volta e meia mentirosas ou milimetricamente sacanas e ardilosas, da revista Veja.

O grande destaque é mesmo Merval Pereira cuja burrice garantiu-lhe um lugar na Academia Brasileira de Letras sem jamais ter um escrito um só livro.

Logicamente a revista Veja emplaca o maior número de destaque na categoria.

Ferreira Gullar é um caso de escola, um exemplo de como um grande poeta de esquerda pode se transformar num cronista idiota de direita.

Custei a perceber a qualidade de alguns nos quesitos em questão. Como não sou poste, mudei de posição sobre eles quando, enfim, entendi que eram figuras relevantes em se tratando de burrice e reacionarismo. Eu não poderia ser injusto com eles. Há outros, conhecidos, que tentam entrar na lista dos dez mais destacados, mas, apesar do esforço, ainda lhes falta profundidade.

Boris Casoy é o mais burro e reacionário da televisão.

Todos os citados aqui receberão, por mérito próprio, sem necessidade de cotas, dois prêmios em 2012: Medalha Lacerdinha e Troféu Jair Bolsonaro. Parabéns a todos pela brilho no obscurantismo e na estupidez.

Se alguma injustiça tiver sido cometida pela omissão de algum nome fundamental, a comissão julgadora está disposta a ampliar a lista de agraciados com os troféus mais cobiçados e bem pagos do Brasil. (por Juremir Machado da Silva)

*Via Correio do Povo   http://www.correiodopovo.com.br/

Sobre rádios em Santiago ... y otras cositas más... II




-Da série 'mais lidas' da quinzena:


**Esta postagem foi 'pescada' do blog do ilustre conterrâneo Leudo Costa:


"SANTIAGO - FELIZ COM A NOTÍCIA DOS PEIXOTOS

Isso sim é notícia!

A Rádio Itú ou Boqueirão vai entrar no ar em 2013.  Mais, a família de Marco Peixoto coloca no ar uma  rádio FM em São Gabriel.

O que faltou publicar?

Este é o start da campanha de Marco Peixoto Filho a Assembléia Legislativa...

Conto, no mínimo 04 candidatos a Deputado em Santiago.

Por ordem:

1. Marco Peixoto Filho
2. Diniz Cogo
3. Itacir Flores
4. Júlio Garcia

Vai faltar voto!"

http://leudocosta.blogspot.com.br/
...

*Obs. do Editor do Blog 'O Boqueirão Online':  

-Agradeço a lembrança do meu nome pelo prezado colega, mas, no momento, meus projetos são outros, distintos  do que candidatar-me a uma vaga na AL gaúcha em 2014. Entendo que o PT e a Unidade Popular por Santiago têm vários nomes credenciados para bem representá-los no próximo pleito estadual, dentre os quais, destaco: Antônio Bueno, Miguel Bianchini, Nelson Abreu  e Iara Castiel. E, para a Câmara Federal, a reeleição do companheiro e conterrâneo Paulo Ferreira (PT/RS) deverá ser a nossa grande prioridade.

O Leudo - talvez por modéstia - apenas esqueceu que seu nome também está sendo cotado para concorrer a deputado estadual nas próximas eleições, possivelmente pelo PSD (uma vez que, segundo informações extra-oficiais que circulam na net, ele e várias lideranças de Santiago e Região estão de 'malas prontas' para deixarem o ninho tucano).

Sobre a notícia informada por ele de que a Família Peixoto avança agora também no ramo da comunicação (rádios),  aliás, já divulgada em primeira mão pelo Júlio Prates em seu blog, manifesto minha posição de  que a pluralidade e a democratização da informação é vital para a democracia. 

Desejo sucesso no empreendimento, mas tomo a liberdade, por fim,  de sugerir mais criatividade no tocante a escolha do nome da  nova emissora, uma vez que já tivemos em Santiago uma Rádio Itú (que, salvo engano, foi de propriedade do pai do saudoso companheiro  e grande Engenheiro Agrônomo Edson Braga) - e 'O Boqueirão' é  justamente o nome deste Blog, que existe e peleia em nossa blogosfera há mais de 5 anos e que, em breve,  além de transformar-se em Portal, terá também sua 'Rádio Web' , além de uma versão impressa. (Júlio Garcia) 

sábado, 24 de novembro de 2012

Mídia moralista sai em defesa da quadrilha de Perillo e Cachoeira



'A Justiça que está para prender José Dirceu sem que contra ele pese um grama do que pesa contra Perillo pôs em liberdade um mafioso como Cachoeira. Essa é a “nova era” que o julgamento do mensalão (do PT) inaugurou?'

Por Eduardo Guimarães*

Os ataques midiáticos ao relatório da CPI do Cachoeira e a soltura deste pela Justiça justamente quando as provas de seus crimes engolfam o governador de Goiás, Marconi Perillo, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e o editor de Veja Policarpo Júnior, desnudam a farsa do julgamento do mensalão e a tese ridícula de que aquele tribunal de exceção teria inaugurado uma nova era em que poderosos também seriam submetidos à lei.

A indignação da mídia tucana e de sua militância com a corrupção – na América Latina, há “partidos” da mídia que têm até militância –, portanto, fica absolutamente caracterizada como produto de um descaramento que esbofeteia o Brasil. É tudo tão escancarado que é impossível que alguém de boa fé não esteja notando como a indignação com a corrupção no PT dá lugar à defesa apaixonada de um grupo político que aprisionou Goiás naquele que, agora sim, é o maior escândalo de corrupção já visto no país, pois atinge a casa dos bilhões de reais.

A cúpula da quadrilha que aprisionou Goiás, segundo o relatório da CPI, era formada, basicamente, por Cachoeira, Demóstenes, Perillo, Gurgel e Policarpo. O que pesa contra esses quatro é estupefaciente e dispensará a Justiça do uso da famigerada teoria do “domínio do fato” devido à vastidão de provas materiais que pesam contra eles.

Sobre Cachoeira e Demóstenes nem é preciso dizer nada, mas sobre Perillo e Gurgel lembremo-nos de que os “atos de ofício” que comprovam atos criminosos são intermináveis. Perillo se envolveu em negócios imobiliários com Cachoeira, nomeou quem ele pediu – há gravações da PF mostrando que o bicheiro determinava os nomes de quem queria pôr no governo e as nomeações aconteciam –, mas as atividades criminosas da quadrilha jamais foram alvo de ações do governo goiano e, por fim, o procurador-geral da República, sabendo de tudo que acontecia, e ao contrário do que fez com o PT e seus aliados, engavetou tudo.

A esta altura, a imprensa deveria estar cobrando a CPI para que fizesse um relatório duro condenando um esquema imenso, muito maior do que o do mensalão (do PT) em todos os sentidos, tanto em número de integrantes da quadrilha como em valores desviados. E tudo com o concurso do chefe do Ministério Público Federal. Entretanto, ao contrário da corrupção que possa haver no PT, a do PSDB, do DEM e do MPF gerou defesa desabrida dos corruptos pelos moralistas de plantão.

Então vamos combinar: se um escândalo dessa magnitude for abafado, se o relatório da CPI aliviar para Perillo, Gurgel e Policarpo ou se o relatório for desfigurado e o Ministério Público e a Justiça não fizerem nada, acabou o Brasil. Estará comprovado que estamos vivendo em um Estado ditatorial que persegue um grupo político enquanto protege outro – e quando se alude a Estado não se está falando do Poder Executivo, mas do Judiciário e do Legislativo.

Como acreditar em um país em que crimes escancarados, atrevidos (para usar termo da moda) e incomensuráveis são praticados à larga e, após serem descobertos, seus autores são poupados devido ao grupo político que integram? Como acreditar em um país em que a Justiça, a imprensa e o próprio Legislativo tratam a corrupção de um lado com rigor irrefreável e a de outro com tolerância total? (...)

CLIQUE AQUI para ler a íntegra da postagem (Via Blog da Cidadania)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Canoas reforça apoio para 30 Horas da Enfermagem



O município de Canoas fechou a primeira etapa de mobilizações regionais em prol da jornada de trabalho de 30 Horas semanais, organizada pela Frente Parlamentar Gaúcha em Defesa da Enfermagem da Assembleia Legislativa, que tem a coordenação do deputado Valdeci Oliveira (PT). Em audiência pública nesta sexta (23), na Câmara de Vereadores da cidade da região metropolitana, profissionais de enfermagem locais e de Santa Maria, junto com lideranças sindicais, reforçaram a luta pela aprovação do projeto de lei 2295 de 2000, que tramita no Congresso Nacional e que institui o regime de 30 horas. (...)

Leia mais Clicando Aqui (via Blog do Dep. Valdeci Oliveira)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

SUPREMA HIPOCRISIA



*Via Blog do Saraiva -  http://saraiva13.blogspot.com.br/

Policarpo & Gurgel: ruídos na sinfonia dos contentes




Carta Maior - por Saul Leblon - O indiciamento do diretor de Veja em Brasília, Policarpo Jr. (foto), e o pedido de investigação contra o procurador-geral, Roberto Gurgel, incluídos no relatório da CPI do Cachoeira, forçam a tampa de um bueiro capaz de revelar detritos omitidos na narrativa conservadora da Ação Penal 470.

As linhas de passagem entre um caso e outro foram represadas na pauta da conveniência. 

Os processos são distintos, mas os personagens se repetem.

A sucursal de Veja em Brasília adicionou ao moderno arsenal da Editora Abril a subcontratação de serviços na modalidade just in time à quadrilha Cachoeira (leia reportagem de Najla Passos, nesta pág).

Trata-se de um exemplo de coerência de quem não poupa tinta e papel no elogio às reformas e ferramentas do repertório neoliberal.

O downsinzing é uma delas. Veste de inglês o velho 'facão' ao enxugar equipes, subcontratando serviços de terceiros com reconhecida competência no ramo.

Policarpo Jr. notabilizou-se na fusão entre a teoria e a prática.(...)

CLIQUE AQUI para ler na íntegra.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Quem é pior para presidir o STF?



Gilmar Mendes ou Joaquim Barbosa? O arrogante ou o ressentido? Quem é pior para presidir o STF?

Blog do Mello - A presidência do STF sob Gilmar Mendes todos já vivemos. Arrogante, vaidoso, pusilânime diante dos poderosos aliados, covarde, usando o cargo contra adversários ("Vou chamar o presidente [Lula] às falas"), Mendes é um poço de insegurança, que ele busca camuflar com uma imagem de durão.

Mas, reparem, não no que ele quer mostrar, mas (como nos mágicos) no que ele busca esconder, e percebam como ele gagueja, fala fino, balança a cabeça como um menino mimado perdido, quando é contestado.

É um inseguro típico, que sabe que está ali não por merecimento, mas como prêmio por serviços prestados aos tucanos.

Graças a isso, agradecido, não traiu os seus (tem um retrato de FHC em sua mesa de trabalho) e deu dois HC para Daniel Dantas, o elo mercado da Privataria Tucana (o político foi Serra).

Joaquim Barbosa é o ressentido típico. Não é o revolucionário, que quer mudar o status quo, Barbosa quer apenas mostrar sua contrariedade com o papel que lhe reservaram.

Agora, no poder, vai à forra: ele se vinga, ele ironiza seus pares, os agride, ele se projeta o justiceiro, o homem que veio de baixo para corrigir as injustiças, o ungido, que vai mostrar aos brasileiros que um negro, pobre chegou lá e vai ensinar aos brancos e ricos e políticos o que é certo e o que é errado.

Ele se acha o Adeodato da Guerra do Contestado, que teria dito "Eu sou a palmatória do mundo".

Daí a pergunta: Quem é pior para presidir o STF?

*Fonte: http://blogdomello.blogspot.com.br/

Governador propõe pacto ao prefeito de Porto Alegre/RS



Um pacto político administrativo em defesa de Porto Alegre foi proposto pelo governador Tarso Genro ao prefeito da capital gaúcha, José Fortunati, na tarde de sábado (17), na abertura oficial da colheita do pêssego, realizada no Centro de Eventos Elvino Besson, na Vila Nova, durante a 28ª Festa do Pêssego de Porto Alegre. O presidente da Emater/RS, Lino De David, prestigiou a cerimônia e ressaltou a vasta área agrícola da capital, na produção de pêssego, ameixa, horticultura e ovinocultura, cujos agricultores começam a se voltar para sistemas de produção ecológica. De David também defendeu a realização de feiras, pelo contado direto entre produtor e consumidor.

A 28ª Festa do Pêssego tem 15 bancas de comercialização de frutas, flores, orquídeas, bromélias e produtos da agroindústria familiar, além de estandes de produtos da indústria e comércio, praça de alimentação e parque infantil. O evento acontece aos sábado e domingos, das 9h às 19h, e termina no próximo dia 25 de novembro.

Durante seu discurso, Tarso Genro anunciou um pacto político e administrativo com o prefeito para o desenvolvimento de Porto Alegre. Ele afirmou que algumas questões, como a segurança pública, precisam da integração do Estado e do Executivo Municipal. Para o governador, a agricultura familiar é prioridade para o Estado e "a Emater, que foi potencializada neste Governo, tem condições de dar todo o apoio aos agricultores gaúchos".

Produção reconhecida
A capital gaúcha é uma das maiores produtoras da fruta no Estado. São 120 hectares da fruta e a previsão de colheita é de 1,6 mil toneladas. Até sábado (17), quase 120 toneladas da fruta já haviam sido comercializadas nesta edição do evento. No Estado, são quase cinco mil produtores e 14 mil hectares de área plantada.

Sobre o pacto proposto pelo governador Tarso Genro, José Fortunati diz acreditar que o trabalho interligado é o melhor caminho para buscar soluções eficazes para os problemas da capital. "Isso é muito positivo, pois há assuntos, como segurança, por exemplo, que precisam ser vistos em conjunto", completou o prefeito.

A Festa do Pêssego encerra no próximo final de semana (dias 24 e 25/11). Durante a feira, a caixa de pêssego pequeno custa, em média, R$ 3,00 para os pequenos e R$ 5,00 para os pêssegos grandes.

Texto: Adriane Bertoglio Rodrigues  Foto: Caco Argemi
Edição: Redação Secom -  http://www.estado.rs.gov.br

domingo, 18 de novembro de 2012

Chasque do Dr. J-F. Rogowski


Recebi ontem,  do ilustre Jurista Dr. João-Francisco Rogowski, o e-mail que, com muita satisfação,   abaixo transcrevo:

Colegas,

quero lhes apresentar uma pessoa muito especial, intelectual, pensador, militante das causas sociais, o Dr. Júlio Garcia, um velho amigo desde o final da década de 70, ex-colega de faculdade, fomos companheiros de política estudantil com algumas posições divergentes, como atualmente eu e o Dr. Paulo Nogueira o qual já tenho por amigo. Ele era Lula e eu Brizola, por exemplo.

Registro que Júlio participou da fundação do Partido dos Trabalhadores e que as diferenças nas lentes de nossos óculos nunca impediram-nos de uma convivência fraterna, de dialogar e de lutarmos em defesa da causa estudantil, pois, aprendemos a nos focar naquilo que nos unia e não naquilo que nos separava.

Depois que saí da faculdade perdi o contato com Júlio e para minha imensa alegria nos reencontramos recentemente reacendendo a chama da velha amizade.

Ele é editor de dois conceituados blogs, muito lidos no interior e hipotecou seu apoio a nossa chapa*.

Peço que se inscrevam no blog dele para receber suas publicações, muito interessantes. http://o-boqueirao.blogspot.com.br/2012/11/muda-oab.html

Ao amigo Júlio o meu muito obrigado.

Abraço

Rogowski

*Chapa 4 para a Presidência da OAB/RS - Torelly e Wanda

***

Nota do Editor do Blog Prezado colega e amigo Rogowski, a satisfação de retomar o contato contigo é imensa! 

Agradeço também ao amigo Desembargador Ruy Gessinger, através do qual esse reencontro foi possível.

Obrigado também pelas palavras gentis, a recíproca é verdadeira.

Grande abraço!

Júlio Garcia

sábado, 17 de novembro de 2012

MUDA OAB!



Colegas e amigos,

tenho externado publicamente meu respeito a todos os distintos e dignos colegas postulantes ao honroso cargo de Presidente da OAB-RS, vejo em todos eles qualidades e capacidade para bem nos representar à frente da nossa entidade, tenho amigos em todas as chapas.

Contudo, as propostas que mais tem a ver comigo, com o meu modo pensar, são as da Chapa 4, inclusive, algumas sugestões minhas adiante explicitadas, foram aceitas por vários integrantes da chapa, demonstrando que há espaço para participação externa, por isso, e, pela alternância no poder; pela imediata criação do Tribunal das Prerrogativas com a busca de indenizações por danos, morais, materiais e eventuais lucros cessantes se o advogado vítima sofrer algum abalo psicológico e tiver limitada sua capacidade laboral; pela proibição dos magistrados vitalícios aposentados exercerem a advocacia, respeitados os direitos adquiridos; por um sistema nacional de previdência social para os advogados; pela valorização dos advogados jubilados e apoio aos jovens advogados; pela auditoria das contas da OAB pelo Tribunal de Contas; pela licitação pública nas compras e contratação de serviços; concurso público para preenchimento de cargos; por um novo Estatuto da Advocacia adaptado a realidade do século XXI; pela permissão do advogado poder constituir empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) e sua inserção no sistema tributário simplificado (super simples) tirando milhares de advogados da informalidade, facilitando o acesso ao crédito; por tudo isso é que apoio Wanda e Torelly (CHAPA 4).

Advº João-Francisco Rogowski
OAB-RS 16.923

Volência policial gera protesto em Santiago/RS


"Pais, familiares e amigos dos 7  meninos que teriam sido agredidos por 3 policiais militares de Santiago se reuniram em frente a AABB, próximos da entrada da estrada de chão onde tudo teria ocorrido, e deram início a uma carreata que passou pelas principais ruas da cidade. Após, os pais atravessaram o calçadão a pé, segurando faixas com pedidos de justiça. Flávio Canterle e Valter Machado, pais de dois menores envolvidos, foram na frente segurando uma faixa preta com os dizeres: "Precisamos da polícia para proteger e não para bater".

-A informação é oriunda do blog do Rafael Nemitz   http://www.rafaelnemitz.com

CLIQUE AQUI  para ler na íntegra.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Rádio Verdes Pampas FM


O advogado Leudo Costa informou em seu blog: "Hoje pela manhã, eu e Paulo Saciloto assumimos a direção da Rádio Verdes Pampas de Santiago. (...)

Evidente que nossa concepção de rádio é um pouco diferente da adotada atualmente pelo prefixo. Porém, nada de terra arrasada. O prefixo é bom, a emissora é potente e o público alvo pode chegar a mais de 1 milhão de ouvintes. (...) Neste espaço, se enquadram atividades como política, educação e meio ambiente. Seremos uma rádio moderna na mais tradicional região gaúcha. (...)

Queremos sim parceiros leais, gente da melhor cepa e, principalmente a companhia e a orientação dos velhos guardiões.
...

*O Blog 'O Boqueirão Online', através de seu Editor, parabenizou os novos proprietários da Rádio Verdes Pampas FM: "Meus cumprimentos aos novos proprietários! A pluralidade dos meios e a democratização da informação, com qualidade e compromisso social, é fundamental para o avanço da Democracia. Parabéns e Sucesso!" (Júlio Garcia)

Veja que lixo!



*Charge do Kayser

Obs. do Blog 'O Boqueirão': Para melhor entender a motivação da charge acima, Clique Aqui e leia o artigo 'Veja que lixo!', escrito por  Jean Wyllys  em seu sítio.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

NOTA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES - PT






O PT E O JULGAMENTO DA AÇÃO PENAL 470

O PT, amparado no princípio da liberdade de expressão, critica e torna pública sua discordância da decisão do Supremo Tribunal Federal que, no julgamento da Ação Penal 470, condenou e imputou penas desproporcionais a alguns de seus filiados.

1. O STF não garantiu o amplo direito de defesa

O STF negou aos réus que não tinham direito ao foro especial a possibilidade de recorrer a instâncias inferiores da Justiça. Suprimiu-lhes, portanto, a plenitude do direito de defesa, que é um direito fundamental da cidadania internacionalmente consagrado.

A Constituição estabelece, no artigo 102, que apenas o presidente, o vice-presidente da República, os membros do Congresso Nacional, os próprios ministros do STF e o Procurador Geral da República podem ser processados e julgados exclusivamente pela Suprema Corte. E, também, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os ministros de Estado, os comandantes das três Armas, os membros dos Tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática em caráter permanente.

Foi por esta razão que o ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, logo no início do julgamento, pediu o desmembramento do processo. O que foi negado pelo STF, muito embora tenha decidido em sentido contrário no caso do “mensalão do PSDB” de Minas Gerais.

Ou seja: dois pesos, duas medidas; situações idênticas tratadas desigualmente.

Vale lembrar, finalmente, que em quatro ocasiões recentes, o STF votou pelo desmembramento de processos, para que pessoas sem foro privilegiado fossem julgadas pela primeira instância – todas elas posteriores à decisão de julgar a Ação Penal 470 de uma só vez.

Por isso mesmo, o PT considera legítimo e coerente, do ponto de vista legal, que os réus agora condenados pelo STF recorram a todos os meios jurídicos para se defenderem.

2. O STF deu valor de prova a indícios

Parte do STF decidiu pelas condenações, mesmo não havendo provas no processo. O julgamento não foi isento, de acordo com os autos e à luz das provas. Ao contrário, foi influenciado por um discurso paralelo e desenvolveu-se de forma “pouco ortodoxa” (segundo as palavras de um ministro do STF). Houve flexibilização do uso de provas, transferência do ônus da prova aos réus, presunções, ilações, deduções, inferências e a transformação de indícios em provas.

À falta de elementos objetivos na denúncia, deducões, ilações e conjecturas preencheram as lacunas probatórias – fato grave sobretudo quando se trata de ação penal, que pode condenar pessoas à privação de liberdade. Como se sabe, indícios apontam simplesmente possibilidades, nunca certezas capazes de fundamentar o livre convencimento motivado do julgador. Indícios nada mais são que sugestões, nunca evidências ou provas cabais.

Cabe à acusação apresentar, para se desincumbir de seu ônus processual, provas do que alega e, assim, obter a condenação de quem quer que seja. No caso em questão, imputou-se aos réus a obrigação de provar sua inocência ou comprovar álibis em sua defesa—papel que competiria ao acusador. A Suprema Corte inverteu, portanto, o ônus da prova.

3. O domínio funcional do fato não dispensa provas

O STF deu estatuto legal a uma teoria nascida na Alemanha nazista, em 1939, atualizada em 1963 em plena Guerra Fria e considerada superada por diversos juristas. Segundo esta doutrina, considera-se autor não apenas quem executa um crime, mas quem tem ou poderia ter, devido a sua função, capacidade de decisão sobre sua realização. Isto é, a improbabilidade de desconhecimento do crime seria suficiente para a condenação.

Ao lançarem mão da teoria do domínio funcional do fato, os ministros inferiram que o ex-ministro José Dirceu, pela posição de influência que ocupava, poderia ser condenado, mesmo sem provarem que participou diretamente dos fatos apontados como crimes. Ou que, tendo conhecimento deles, não agiu (ou omitiu-se) para evitar que se consumassem. Expressão-síntese da doutrina foi verbalizada pelo presidente do STF, quando indagou não se o réu tinha conhecimento dos fatos, mas se o réu “tinha como não saber”...

Ao admitir o ato de ofício presumido e adotar a teoria do direito do fato como responsabilidade objetiva, o STF cria um precedente perigoso: o de alguém ser condenado pelo que é, e não pelo que teria feito.

Trata-se de uma interpretação da lei moldada unicamente para atender a conveniência de condenar pessoas específicas e, indiretamente, atingir o partido a que estão vinculadas.

4. O risco da insegurança jurídica

As decisões do STF, em muitos pontos, prenunciam o fim do garantismo, o rebaixamento do direito de defesa, do avanço da noção de presunção de culpa em vez de inocência. E, ao inovar que a lavagem de dinheiro independe de crime antecedente, bem como ao concluir que houve compra de votos de parlamentares, o STF instaurou um clima de insegurança jurídica no País.

Pairam dúvidas se o novo paradigma se repetirá em outros julgamentos, ou, ainda, se os juízes de primeira instância e os tribunais seguirão a mesma trilha da Suprema Corte.

Doravante, juízes inescrupulosos, ou vinculados a interesses de qualquer espécie nas comarcas em que atuam poderão valer-se de provas indiciárias ou da teoria do domínio do fato para condenar desafetos ou inimigos políticos de caciques partidários locais.

Quanto à suposta compra de votos, cuja mácula comprometeria até mesmo emendas constitucionais, como as das reformas tributária e previdenciária, já estão em andamento ações diretas de inconstitucionalidade, movidas por sindicatos e pessoas físicas, com o intuito de fulminar as ditas mudanças na Carta Magna.

Ao instaurar-se a insegurança jurídica, não perdem apenas os que foram injustiçados no curso da Ação Penal 470. Perde a sociedade, que fica exposta a casuísmos e decisões de ocasião. Perde, enfim, o próprio Estado Democrático de Direito.

5. O STF fez um julgamento político

Sob intensa pressão da mídia conservadora—cujos veículos cumprem um papel de oposição ao governo e propagam a repulsa de uma certa elite ao PT - ministros do STF confirmaram condenações anunciadas, anteciparam votos à imprensa, pronunciaram-se fora dos autos e, por fim, imiscuiram-se em áreas reservadas ao Legislativo e ao Executivo, ferindo assim a independência entre os poderes.

Único dos poderes da República cujos integrantes independem do voto popular e detêm mandato vitalício até completarem 70 anos, o Supremo Tribunal Federal - assim como os demais poderes e todos os tribunais daqui e do exterior - faz política. E o fez, claramente, ao julgar a Ação Penal 470.

Fez política ao definir o calendário convenientemente coincidente com as eleições. Fez política ao recusar o desmembramento da ação e ao escolher a teoria do domínio do fato para compensar a escassez de provas.

Contrariamente a sua natureza, de corte constitucional contra-majoritária, o STF, ao deixar-se contaminar pela pressão de certos meios de comunicação e sem distanciar-se do processo político eleitoral, não assegurou-se a necessária isenção que deveria pautar seus julgamentos.

No STF, venceram as posições políticas ideológicas, muito bem representadas pela mídia conservadora neste episódio: a maioria dos ministros transformou delitos eleitorais em delitos de Estado (desvio de dinheiro público e compra de votos).

Embora realizado nos marcos do Estado Democrático de Direito sob o qual vivemos, o julgamento, nitidamente político, desrespeitou garantias constitucionais para retratar processos de corrupção à revelia de provas, condenar os réus e tentar criminalizar o PT. Assim orientado, o julgamento convergiu para produzir dois resultados: condenar os réus, em vários casos sem que houvesse provas nos autos, mas, principalmente, condenar alguns pela “compra de votos” para, desta forma, tentar criminalizar o PT.

Dezenas de testemunhas juramentadas acabaram simplesmente desprezadas. Inúmeras contraprovas não foram sequer objeto de análise. E inúmeras jurisprudências terminaram alteradas para servir aos objetivos da condenação.

Alguns ministros procuraram adequar a realidade à denúncia do Procurador Geral, supostamente por ouvir o chamado clamor da opinião pública, muito embora ele só se fizesse presente na mídia de direita, menos preocupada com a moralidade pública do que em tentar manchar a imagem histórica do governo Lula, como se quisesse matá-lo politicamente. O procurador não escondeu seu viés de parcialidade ao afirmar que seria positivo se o julgamento interferisse no resultado das eleições.

A luta pela Justiça continua

O PT envidará todos os esforços para que a partidarização do Judiciário, evidente no julgamento da Ação Penal 470, seja contida. Erros e ilegalidades que tenham sido cometidos por filiados do partido no âmbito de um sistema eleitoral inconsistente - que o PT luta para transformar através do projeto de reforma política em tramitação no Congresso Nacional - não justificam que o poder político da toga suplante a força da lei e dos poderes que emanam do povo.

Na trajetória do PT, que nasceu lutando pela democracia no Brasil, muitos foram os obstáculos que tivemos de transpor até nos convertermos no partido de maior preferência dos brasileiros. No partido que elegeu um operário duas vezes presidente da República e a primeira mulher como suprema mandatária. Ambos, Lula e Dilma, gozam de ampla aprovação em todos os setores da sociedade, pelas profundas transformações que têm promovido, principalmente nas condições de vida dos mais pobres.

A despeito das campanhas de ódio e preconceito, Lula e Dilma elevaram o Brasil a um novo estágio: 28 milhões de pessoas deixaram a miséria extrema e 40 milhões ascenderam socialmente.

Abriram-se novas oportunidades para todos, o Brasil tornou-se a 6a.economia do mundo e é respeitado internacionalmente, nada mais devendo a ninguém.

Tanto quanto fizemos antes do início do julgamento, o PT reafirma sua convicção de que não houve compra de votos no Congresso Nacional, nem tampouco o pagamento de mesada a parlamentares. Reafirmamos, também, que não houve, da parte de petistas denunciados, utilização de recursos públicos, nem apropriação privada e pessoal.

Ao mesmo tempo, reiteramos as resoluções de nosso Congresso Nacional, acerca de erros políticos cometidos coletiva ou individualmente.

É com esta postura equilibrada e serena que o PT não se deixa intimidar pelos que clamam pelo linchamento moral de companheiros injustamente condenados. Nosso partido terá forças para vencer mais este desafio. Continuaremos a lutar por uma profunda reforma do sistema político - o que inclui o financiamento público das campanhas eleitorais - e pela maior democratização do Estado, o que envolve constante disputa popular contra arbitrariedades como as perpetradas no julgamento da Ação Penal 470, em relação às quais não pouparemos esforços para que sejam revistas e corrigidas.

Conclamamos nossa militância a mobilizar-se em defesa do PT e de nossas bandeiras; a tornar o partido cada vez mais democrático e vinculado às lutas sociais. Um partido cada vez mais comprometido com as transformações em favor da igualdade e da liberdade.

São Paulo, 14 de novembro de 2012.

Comissão Executiva Nacional do PT.