domingo, 11 de novembro de 2012

'Meu mandato será marcado pela consulta e participação popular'



Única mulher oposicionista a integrar a próxima legislatura, o nome da vereadora eleita Iara Castiel (PT) - que é também advogada, professora, psicóloga  e produtora rural - ,   está sendo bastante cotado para presidir a Câmara de Vereadores de Santiago/RS  no próximo ano.  Abaixo, repostamos, pela relevância,   a entrevista  - exclusiva -  concedida por ela ao Blog 'O Boqueirão',  em 18/10.  Leia a seguir:
         
O Boqueirão: Para conhecimento dos nossos leitores, quem é a cidadã e militante Iara Castiel? Como você se define?

Iara Castiel: Iniciei minha trajetória política desde tenra idade. Primeiro acompanhando meu pai, Níssio Castiel, vereador por muitos mandatos pelo antigo PTB até ser preso pela ditadura militar. Participei quando jovem de movimentos estudantis das combativas União Gaúcha de Estudantes(UGES) e União Nacional de Estudantes (UNE).  Atraída pelo projeto político de oposição à ditadura com expressão de esquerda e impulsionada pelo espírito militante, filiei-me no PT.  Participei, como professora, ativamente nas lutas Educacionais, nas greves do Magistério,  na defesa dos colonos sem-terra e no Sindicalismo. Juntamente com a saudosa amiga, professora Tânia Bonotto, Moacir Leirias, e outros companheiros, fundamos em Santiago a Intersindical.  Para cargo eletivo, no entanto, é a primeira vez que concorro.

OB: Uma rápida análise da conjuntura política santiaguense, do processo eleitoral recém findo e do papel exercido pelo PT e pela Unidade Popular nestas eleições.

Iara: A sociedade santiaguense, de certa forma, apresenta-se, politicamente  paralisada, sem uma concepção administrativa democrática para o Município e sem que as forças populares tomem  a iniciativa de romper com o modelo conservador de  direita que é imposto, como se fosse o único possível para Santiago. Não tenho dúvidas de que o papel exercido pelo PT e pela Unidade Popular nestas eleições foi fundamental para o debate de um projeto diferenciado, visando construir uma nova concepção de cidade.

OB: Na sua avaliação, quais os motivos da hegemonia conservadora (do PP, sobretudo nos últimos 16 anos) em Santiago? Onde a 'oposição' (e, em particular, o PT e os setores de centro-esquerda) têm errado? É possível já pensar em reverter esse quadro em 2016?

Iara: As forças políticas conservadoras que sempre atuaram nesta metade Sul do Estado, fortalecidas pela ditadura civil-militar, continuam, ainda, muito atuantes em Santiago e na Região.  Elas articulam ações em várias frentes contra o que pode ameaçar seus interesses, atuando especialmente nas Instituições Públicas.  Há, portanto, uma construção hegemônica perversa da direita que somente a oposição, compreendendo as suas diferenças, poderá garantir formas de romper com este círculo vicioso de muitos anos. É possível sim, reverter esse quadro em 2016, também a partir da atuação qualificada dos parlamentares das oposições.

OB: Qual o perfil e centralidade que terá o seu mandato a partir de janeiro de 2013 na Câmara de Vereadores de Santiago?

Iara: Será marcado pela consulta e participação popular. Pretendo mobilizar o povo para que busque seus direitos, sem precisar de assistencialismos e quebra galhos que os faz submissos. Acredito, com firmeza, que a sociedade organizada pode exercer pressão direta sobre o poder público Municipal. Também farei um trabalho constante de fiscalização do executivo e dos bens públicos, exigindo transparência e visibilidade dos atos.

OB:  Sua avaliação dos governos Tarso e Dilma.

Iara: O Governo Tarso tem demonstrado que estamos vivendo uma nova e qualificada realidade no RS.  Negociações abertas, públicas e transparentes,  promoção de políticas sociais,  recuperação econômica do Estado, criação de canais de debate e participação social,  entre outras, são ações que estão impulsionando o Estado para o crescimento. Da  mesma forma a Presidenta Dilma, dando sequência às conquistas e avanços verificados nos governos Lula, com o apoio de movimentos sociais e respaldo dos trabalhadores, fará mudanças importantes  e necessárias na política econômica e avançará para realizar  transformações estruturais que precisam ser feitas, especialmente na erradicação da pobreza , o que deverá ser um marco em seu governo.

OB: Suas considerações finais.

Iara: Agradeço ao Blog 'O Boqueirão' pela oportunidade oferecida  e me coloco à disposição desse importante meio de comunicação da blogosfera.

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