Única
mulher oposicionista a integrar a próxima legislatura, o nome da vereadora eleita Iara Castiel
(PT) - que é também advogada, professora, psicóloga e produtora rural - , está sendo bastante cotado para
presidir a Câmara de Vereadores de Santiago/RS
no próximo ano. Abaixo,
repostamos, pela relevância, a entrevista - exclusiva -
concedida por ela ao Blog 'O Boqueirão',
em 18/10. Leia
a seguir:
O
Boqueirão: Para conhecimento dos nossos leitores, quem é a cidadã e militante
Iara Castiel? Como você se define?
Iara
Castiel: Iniciei minha trajetória política desde tenra idade. Primeiro
acompanhando meu pai, Níssio Castiel, vereador por muitos mandatos pelo antigo
PTB até ser preso pela ditadura militar. Participei quando jovem de movimentos
estudantis das combativas União Gaúcha de Estudantes(UGES) e União Nacional de
Estudantes (UNE). Atraída pelo projeto
político de oposição à ditadura com expressão de esquerda e impulsionada pelo
espírito militante, filiei-me no PT.
Participei, como professora, ativamente nas lutas Educacionais, nas
greves do Magistério, na defesa dos
colonos sem-terra e no Sindicalismo. Juntamente com a saudosa amiga, professora
Tânia Bonotto, Moacir Leirias, e outros companheiros, fundamos em Santiago a
Intersindical. Para cargo eletivo, no
entanto, é a primeira vez que concorro.
OB:
Uma rápida análise da conjuntura política santiaguense, do processo eleitoral
recém findo e do papel exercido pelo PT e pela Unidade Popular nestas eleições.
Iara:
A sociedade santiaguense, de certa forma, apresenta-se, politicamente paralisada, sem uma concepção administrativa
democrática para o Município e sem que as forças populares tomem a iniciativa de romper com o modelo conservador
de direita que é imposto, como se fosse
o único possível para Santiago. Não tenho dúvidas de que o papel exercido pelo
PT e pela Unidade Popular nestas eleições foi fundamental para o debate de um
projeto diferenciado, visando construir uma nova concepção de cidade.
OB:
Na sua avaliação, quais os motivos da hegemonia conservadora (do PP, sobretudo
nos últimos 16 anos) em Santiago? Onde a 'oposição' (e, em particular, o PT e
os setores de centro-esquerda) têm errado? É possível já pensar em reverter
esse quadro em 2016?
Iara:
As forças políticas conservadoras que sempre atuaram nesta metade Sul do
Estado, fortalecidas pela ditadura civil-militar, continuam, ainda, muito
atuantes em Santiago e na Região. Elas articulam ações em várias frentes contra o que pode ameaçar seus interesses, atuando
especialmente nas Instituições Públicas.
Há, portanto, uma construção hegemônica perversa da direita que somente
a oposição, compreendendo as suas diferenças, poderá garantir formas de romper
com este círculo vicioso de muitos anos. É possível sim, reverter esse quadro
em 2016, também a partir da atuação qualificada dos parlamentares das oposições.
OB:
Qual o perfil e centralidade que terá o seu mandato a partir de janeiro de 2013
na Câmara de Vereadores de Santiago?
Iara:
Será marcado pela consulta e participação popular. Pretendo mobilizar o povo
para que busque seus direitos, sem precisar de assistencialismos e quebra
galhos que os faz submissos. Acredito, com firmeza, que a sociedade organizada
pode exercer pressão direta sobre o poder público Municipal. Também farei um
trabalho constante de fiscalização do executivo e dos bens públicos, exigindo
transparência e visibilidade dos atos.
OB: Sua avaliação dos governos Tarso e Dilma.
Iara:
O Governo Tarso tem demonstrado que estamos vivendo uma nova e qualificada
realidade no RS. Negociações abertas,
públicas e transparentes, promoção de
políticas sociais, recuperação econômica
do Estado, criação de canais de debate e participação social, entre outras, são ações que estão
impulsionando o Estado para o crescimento. Da
mesma forma a Presidenta Dilma, dando sequência às conquistas e avanços
verificados nos governos Lula, com o apoio de movimentos sociais e respaldo dos
trabalhadores, fará mudanças importantes
e necessárias na política econômica e avançará para realizar transformações estruturais que precisam ser
feitas, especialmente na erradicação da pobreza , o que deverá ser um marco em
seu governo.
OB:
Suas considerações finais.
Iara:
Agradeço ao Blog 'O Boqueirão' pela oportunidade oferecida e me coloco à disposição desse importante meio
de comunicação da blogosfera.
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