Em Porto Alegre, autoridades confiam em reconhecimento da Palestina pela ONU
Porto Alegre/RS - Sul21 - As autoridades palestinas que participam nesta quinta-feira
(29) do Fórum Mundial Palestina Livre, em Porto Alegre, estão confiantes da
votação favorável ao reconhecimento do estado palestino na Assembleia Geral da
ONU. Enquanto as nações decidem a resolução que altera o status da Autoridade
Palestina de “entidade” observadora para “Estado não-membro”, em Nova York, a
sociedade internacional apoiava a luta pela autodeterminação do povo palestino
no evento realizado no Rio Grande do Sul. “Temos esperança de que vamos dar este
passo importante para a luta dos direitos palestinos”, disse Nabil Shaat,
enviado especial do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas.
Para Nabil Shaat, o reconhecimento das Nações Unidas será um
avanço em termos de garantias de direitos para o estado palestino. “Temos que
conseguir que as leis internacionais, das convenções internacionais de direitos
humanos e fóruns internacionais sejam cumpridas pelo estado de Israel.
Precisamos de apoio internacional para nossa resistência aos crimes cometidos
por Israel”, disse.
Com o reconhecimento da Palestina pelas Nações Unidas, os
palestinos poderão acessar o Tribunal Penal e a alguns outros organismos
internacionais. Por esta razão houve pressões às autoridades palestinas ao
longo da semana, no sentido de impedir a ida do presidente Mahmoud Abbas à
Assembleia da ONU. “Eles não querem que acessemos os tribunais internacionais.
Ainda ontem (28) o presidente foi pressionado de diversas formas. Eles não
querem que denunciemos que os israelenses estão cometendo crimes violentos
contra os palestinos”, falou o chefe de Relações Internacionais da Al Fatah.
“Os israelenses não querem que denunciemos os crimes de direitos humanos contra palestinos nos organismos internacionais”, diz Nabil Shaat | Foto: Bernardo Jardim Ribeiro/Sul21 |
A Assembleia-Geral da ONU deve reconhecer a Palestina como
um Estado soberano, apesar das ameaças dos EUA e de Israel de punir a
Autoridade Palestina, retendo verbas importantes para o governo da Cisjordânia.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, obteve o apoio de mais de uma dúzia de
países europeus, após um conflito de oito dias, neste mês, entre Israel e
militantes islâmicos palestinos na Faixa de Gaza.
Os palestinos contam também com forte apoio das nações em
desenvolvimento, que compõem a maioria do plenário. Para que a medida seja
aprovada, basta a maioria simples entre os países da ONU. Os palestinos esperam
ter pelo menos 130 votos. Segundo o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim
Al Zeben, o resultado da votação na ONU, que será oficializado a partir do
final da tarde desta quinta-feira (29), será favorável ao reconhecimento do
estado palestino. “Estamos confiantes. Vamos dar um passo para poder resolver
outros temas. Passar a negociar lado a lado com Israel, como dois estados. Tudo
terá que ser negociado com base no direito internacional. Não será mais uma
decisão de Israel dizer se somos ou não estado. Com isso poderemos negociar
temas pendentes entre os dois povos para alcançar uma paz duradoura”, avaliou.
A partir do reconhecimento do estado palestino, o embaixador
prevê que a comunidade internacional terá mais legitimidade para apoiar os
palestinos e combater os crimes de direitos humanos que ditam a norma dentro
dos territórios segregados. “Nosso território será território ocupado de um
estado soberano e não um território disputado como Israel e os colonos querem
aparentar. Seremos um estado reconhecido pelas Nações Unidas, com delimitação
física de área e organismos internacionais que podem assegurar leis e
interferir. Passará a valer a força do direito e não o direito da força”, falou
Ibrahim Al Zeben. (por Rachel Duarte)
*Foto: Enviado do governo palestino Nabil Shaat acredita na
vitória do reconhecimento do estado palestino junto à ONU - Créditos: Bernardo
Jardim Ribeiro/Sul21
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