quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Pacote de Sartori provoca conflito aberto entre servidores da segurança pública


Manifestantes lançaram bexiguinhas com tinta vermelha no batalhão de choque da Brigada Militar, que respondeu com bombas. (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Por Marco Weissheimer, no Sul21*
O pacote de medidas enviado pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) à Assembleia Legislativa, além de ter decretado a extinção de várias fundações, já trouxe outra consequência: abriu uma séria crise entre servidores da Polícia Civil, da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) e da Brigada Militar. Essa crise que já era visível desde os primeiros dias de cerco à Assembleia pelo batalhão de choque da Brigada Militar, se tornou explícita nesta quinta-feira (22) na Praça da Matriz. Assim como ocorreu na quarta-feira, servidores da Susepe e da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) voltaram a liderar a mobilização em frente ao Theatro São Pedro, que se tornou palco de um dos mais graves conflitos da história do Estado envolvendo servidores públicos, o Executivo e o Legislativo.
Os últimos dias desta semana mostraram dois mundos paralelos coexistindo na Praça da Matriz. Encerrados dentro da Assembleia sitiada por mais de 200 homens do choque da Brigada Militar, os deputados decidem, além do futuro do Estado, a vida de milhares de servidores públicos. Nenhum dos deputados da base do governo Sartori se arrisca a colocar os pés ou mostrar a cara na Praça da Matriz. As consequências poderiam ser dramáticas. Os deputados da oposição se alternaram em visitas à Praça para relatar o andamento das votações dentro do Plenário. Do lado de fora, a lógica que foi se desenvolveu nos últimos dias é a da pressão e conflito cada vez mais aberto. As chamadas “bombas de efeito moral”, com o passar dos dias, parecem causar cada vez menos “efeito moral”. Os manifestantes se dispersam e rapidamente se reagrupam em frente ao batalhão de choque. (...)
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