Não terá chegado a hora do PT encabeçar a chapa da oposição?
'Nas relações políticas, como nas relações pessoais, a via tem que ser de duas mãos'.
A 'unidade da oposição' em Santiago para 'derrotar os conservadores pepistas' (sucedâneos da ARENA e do PDS) tem sido utilizado, especialmente nos últimos tempos, como uma espécie de 'mantra' por setores que se arvoram como os detentores únicos da 'fórmula da vitória oposicionista', mas desde que a chapa majoritária seja integrada pelo PMDB, PDT ou PSDB (não necessariamente nessa ordem, mas sempre com os mesmos). Para esses partidos parece que o Partido dos Trabalhadores serve apenas para apoiá-los eleitoralmente; o inverso, pelo que temos visto, representa para esses setores (pelo menos até o presente momento) uma blasfêmia. Tem alguma coisa errada nessa seara...
Se fizermos um breve retrospecto, analisando os últimos processos eleitorais municipais, veremos que o Partido dos Trabalhadores deu muito mais contribuição ao dito 'campo oposicionista/progressista' do que recebeu. Vejamos:
O PT santiaguense, é sabido por quem conhece minimamente a história política local, desde sua fundação (1981) tem participado ativamente de todos os pleitos ocorridos no municipio. Desde a campanha de 1982 (quando concorreu - para marcar posição e ajudar na construção do partido - com as candidaturas de Alziro Bandeira e Jorge Moleta, passando pela eleição de 1988, quando o PT já surpreendeu positivamente com Edson Braga e Hegel Marcos da Silveira, deixando por apenas 33 votos de eleger sua primeira bancada na Câmara Municipal), vinha então num processo de contínuo crescimento. Em 1992, no entanto, o partido, por decisão tomada pela maioria de seu Diretório Municipal (eu exercia então a função de Secretário Geral e o partido era presidido pelo saudoso companheiro Aparício Gomes da Silveira), decidiu não lançar candidato a prefeito e apoiar a candidatura do engenheiro agrônomo Vulmar Leite, então no PMDB. Do ponto de vista partidário, foi um equívoco, o PT mais uma vez deixou de eleger sua primeira bancada de vereadores. No entanto, ao apoiar na majoritária a chapa liderada por Vulmar/Rosado, o PT contribuiu de forma decisiva para a vitória do PMDB/PDT, ajudando a desferir, naquele momento, uma pesada derrota no conservadorismo mais retrógrado da região.
O PT santiaguense, é sabido por quem conhece minimamente a história política local, desde sua fundação (1981) tem participado ativamente de todos os pleitos ocorridos no municipio. Desde a campanha de 1982 (quando concorreu - para marcar posição e ajudar na construção do partido - com as candidaturas de Alziro Bandeira e Jorge Moleta, passando pela eleição de 1988, quando o PT já surpreendeu positivamente com Edson Braga e Hegel Marcos da Silveira, deixando por apenas 33 votos de eleger sua primeira bancada na Câmara Municipal), vinha então num processo de contínuo crescimento. Em 1992, no entanto, o partido, por decisão tomada pela maioria de seu Diretório Municipal (eu exercia então a função de Secretário Geral e o partido era presidido pelo saudoso companheiro Aparício Gomes da Silveira), decidiu não lançar candidato a prefeito e apoiar a candidatura do engenheiro agrônomo Vulmar Leite, então no PMDB. Do ponto de vista partidário, foi um equívoco, o PT mais uma vez deixou de eleger sua primeira bancada de vereadores. No entanto, ao apoiar na majoritária a chapa liderada por Vulmar/Rosado, o PT contribuiu de forma decisiva para a vitória do PMDB/PDT, ajudando a desferir, naquele momento, uma pesada derrota no conservadorismo mais retrógrado da região.
Após a vitória da chapa liderada por Vulmar Leite (PMDB/PDT), no entanto, a retribuição que aconteceu para o PT foi nenhuma. Melhor dizendo, ao invés do PT ser convidado para integrar o governo, dando sua contribuição para ajudar a viabilizar uma nova fase que pensava-se estar se abrindo na vida política santiaguense, o PMDB resolveu que a melhor forma de retribuir o apoio do PT era ... cooptar alguns de seus quadros, um deles tendo inclusive sido 'brindado' ao assumir a Secretaria da Agricultura e Pecuária do município. Claro, para isso teve que mudar de partido, trocando o PT pelo PDT. Bela recompensa tivemos. Mas isso foi, para o PT, um aprendizado e tanto!
Na eleição seguinte (1996), com o prefeito Vulmar Leite já no PSDB, o escolhido para concorrer a prefeito pela nova 'situação' foi o advogado Paulo Rosado, do PDT. O PT, então sob a presidência do advogado e companheiro José Nunes Garcia (eu continuava exercendo a honrosa função de Secretário Geral, a última gestão em que estive na direção do partido no município), decidiu - corretamente - não ficar mais como coadjuvante e lançou as candidaturas dos companheiros Cândido Duarte e Ruben Finamor (para prefeito e vice, respectivamente). O resultado eleitoral obtido pelo PT nesse ano, se não foi expressivo, foi dignificante (mais de 2.000 votos), e o Partido dos Trabalhadores elegeu então sua primeira bancada de vereadores (Neomir Alcântara e Antônio Bueno). A situação, devido aos erros cometidos no período em que esteve no governo e durante a campanha eleitoral, perdeu as eleições para o PP, que retomou as rédeas do Executivo Municipal e nele mantém-se até hoje.
Nas eleições de 2.000, o PT decidiu novamente concorrer em faixa própria, lançando a candidatura dos companheiros Neomir Alcântara e Jussara Machado. Novamente reprisou um resultado honroso e manteve sua bancada de dois vereadores. Mas quando, em 2004, equivocou-se novamente e optou por não lançar candidatura, foi severamente punido com a perda das cadeiras que detinha na Câmara, 'ajudado' ainda mais pela redução do número de vereadores (10) que foi efetivada na Câmara Municipal naquelas eleições, elitizando-a ainda mais.
Em 2008, já bastante fragilizado pelos revéses sofridos e - visivelmente - sem a unidade necessária para enfrentar páreo tão exigente, o PT volta a apresentar candidatura própria (com Julio Prates e Vivian Dias). Mas, devido às dificuldades e equívocos verificados na campanha (que não cabe agora, neste artigo, analisar, mas que é sabido por quem acompanhou o embate eleitoral), colhe um resultado nas urnas muito aquém do seu potencial, tanto para o Executivo quanto para a Câmara de Vereadores. Não é demais lembrar que, nessa última eleição, setores 'oposicionistas' locais já utilizavam os mesmos métodos condenáveis na tentativa de desqualificar o PT (e seus candidatos), que alguns retomam agora (vide postagem no blog apócrifo Santiaguito que - segundo informalmente divulgado na blogosfera - é pilotado pelo tenente-coronel reformado Itacir Flores, pré-candidato a vereador pelo PMDB). Lamentável.
O PT, por óbvio, não se deixará intimidar com esse tipo de ataque, assim como o PPL e, quiçá, o PDT e outros setores autênticos da oposição santiaguense que vierem a somar-se na organização da Frente Popular e Democrática - FPD, já em fase avançada de construção.
Nas relações políticas, como nas relações pessoais, a via tem que ser de duas mãos. Será que já não está na hora do PMDB e do PDT, especialmente, reverem essa posição hegemonista equivocada e, à exemplo do que fez o Partido Pátria Livre - PPL, cuja liderança maior, o vereador Bianchini, retirou seu nome da disputa ao Executivo para contribuir na formação da Frente Popular e Democrática, possibilitando assim a abertura do caminho para a vitória da alternância e da renovação em Santiago? Por que a chapa majoritária da 'oposição' tem que ser integrada somente pelo PMDB/PDT - ou vice-versa? Como dissemos acima, tem alguma coisa errada nessa seara...
O momento político histórico que vivemos exige um outro tipo de postura. O PT ofereceu o qualificado e experiente nome do ex-vereador, bancário e sindicalista Antônio Bueno (foto) para liderar a chapa majoritária. A vaga de vice-prefeito permanece em aberto, possibilitando uma democrática negociação. Por que não apoiá-lo? Melhor dizendo: por que não integrarem-se à FPD?
O vereador Miguel Bianchini (que concorrerá à reeleição para a vereança pelo PPL, coligado com o PT) definiu muito bem o perfil do candidato oferecido pelo PT para unificar a oposição santiaguense: "O Bueno, além de ser um homem capaz, sério, idôneo e integro, conhece como ninguém os problemas da administração municipal, está ligado ao partido que governa o Estado e a Nação e representa a alternativa para a grande mudança em prol do crescimento e do desenvolvimento de Santiago. "
Santiago precisa, merece e pode sim marchar para a frente - junto e alinhada politicamente com o governo Tarso e com o governo Dilma, em busca de novos horizontes mais fecundos e promissores para o seu povo. O PT já contabiliza enormes acúmulos com excelentes administrações na Região, no Estado e no País, todas muito bem avaliadas pelos eleitores. Antônio Bueno é experiente, sério, trabalhador, está preparado e motivado. O momento é dele, a responsabilidade de elegê-lo é de quem realmente tem compromisso com a mudança. É o momento, portanto, de definições, de pensar grande, de ver quem é quem - e de que lado realmente se está...
É chegada a hora da oposição autêntica, do PT, do PPL e dos demais partidos que quiserem fazer parte desse processo histórico. É chegada a hora de Antônio Bueno.
Por que não?
(por Júlio Garcia)
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