quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cardiologista: “Genoino não conseguirá atingir o nível ideal de anticoagulação na cadeia. Temeridade que pode ser fatal”




Por Conceição Lemes, no Viomundo*

Está no Código de Ética Médica. O papel do médico é tratar, cuidar, curar. Também prever para prevenir.

Na época da ditadura, havia uns médicos que avaliavam o quanto os presos políticos poderiam aguentar mais o pau-de-arara, a cadeira do dragão, os afogamentos, os eletrochoques… Examinavam rapidamente as vítimas e davam seu “diagnóstico” para os torturadores: “podem continuar”.

O laudo da junta médica da Universidade de Brasília (UnB) sobre o estado de saúde do ex-deputado federal José Genoino Neto (PT-SP), divulgado na terça-feira 29, me fez lembrar os médicos dos porões.

Genoino foi condenado a 4 anos e 8 meses em regime semiaberto na ação penal 470, o chamado mensalão. Porém, devido a sua saúde frágil e ao seu alto risco cardiovascular, pediu ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprir a pena em prisão domiciliar.

Barbosa, respaldado pelo laudo da junta da UnB (na íntegra, no final), revogou a prisão domiciliar provisória de Genoino e  mandou-o de volta ao Centro de Internamento e Reeducação (CIR) da Penitenciária da Papuda, em Brasília.

Genoino tem 67 anos – neste sábado, completa 68 – e um catálogo de doenças, atestado pela própria junta médica da UnB. (...)

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