terça-feira, 23 de outubro de 2012

Santiago/Eleições 2012 - Balanço


 
Sintética avaliação do resultado das  Eleições de  2012 em Santiago/RS

Em Santiago, mais uma vez, as forças conservadoras e de direita (que tem suas raízes no velho coronelismo das oligarquias rurais da República Velha) conseguiram se manter à testa do poder municipal, graças principalmente às suas conhecidas práticas eleitorais (abuso da máquina, clientelismo, forte apoio e controle de setores 'midiáticos' e do poder econômico),  'modus operandi' que remete à primeira década do século XX e desnuda seu projeto de perpetuação permanente no poder de seu grupo e de seus apadrinhados (uma vez que governam  em função disso, de sua permanência à frente do controle político do município e região).  Tal resultado,  a bem da verdade,  resultou também dos equívocos e  debilidades das  'oposições locais' ao governo do PP.

As oposições, mais uma vez, não tiveram condições (ou talvez sabedoria política) para quebrar essa seqüência da apelidada 'dinastia'; tentaram,  inicialmente (de forma frustrada) a formação de uma Frente Única para encetar a disputa, não conseguindo o intento devido a ranços, personalismos  e picuinhas conhecidas, disputando então  com o PP/DEM em duas frentes, o que facilitou sobremaneira a reeleição do atual prefeito Julio Ruivo.

No que tange ao  PT e a Unidade Popular PT-PDT-PPL,  a avaliação - praticamente unânime – é que saímos do processo eleitoral  com muitos avanços e  afirmações, o que podemos considerar uma vitória política das mais exponenciais em Santiago. Obtivemos uma expressiva votação na chapa majoritária e elegemos quatro vereadores da nossa nominata (Unidade Popular).

É importante destacar que o Partido dos Trabalhadores, que se fez representado com as candidaturas a prefeito, vice e pela maioria dos candidatos a vereança, teve hegemonia na construção do  Programa de Governo e na condução da campanha e conseguiu, de forma inteligente, evitar o isolamento pretendido por alguns setores dito ‘oposicionistas‘  (o PMDB, principalmente, que articulou após  uma outra 'frente' de centro/direita com o PSDB e o PTB)  e alicerçar  a Unidade Popular com o PDT e PPL, partidos integrantes da base dos governos Federal e Estadual, o que lhe deu a garantia de avanços políticos, pois a aliança lhe abriu novas frentes de debates e disputa de um projeto que pautou a inversão de prioridades e a participação cidadã como sua bandeira de luta no processo eleitoral.

Ressalte-se ainda o importante papel que tiveram nesse contexto os companheiros Antônio Bueno e João Silveira, nossos candidatos à majoritária,  que muito bem representaram e levaram nossas propostas à  todos os rincões do município,  apesar das dificuldades de ordem estrutural e financeira  que mais uma vez enfrentamos.

Obtivemos mais de 16% de aprovação e confiança  dos santiaguenses (traduzidos em 4.723 votos), votação acima de nossa média histórica de disputas locais, e retomamos a representação parlamentar com a eleição dos companheiros Sérgio Marion e Iara Castiel, o que prova que tínhamos uma leitura correta do quadro político municipal quando decidimos pela tática eleitoral de compormos tanto na majoritária quanto na proporcional, com um perfil de centro-esquerda, mas hegemonizado pela esquerda.

O resultado – tanto político quanto eleitoral – deve, portanto, ser saudado com entusiasmo. Estamos no caminho certo, não temos dúvida. 2013 começará com um novo cenário político em Santiago,  tendo as oposições, à partir da nova composição da Câmara Municipal (onde houve uma renovação significativa) a  maioria numérica em relação  aos representantes do  governo do PP.  

Espera-se  dos  Edis oposicionistas (PT, PMDB, PDT, PTB e PPL), além de  uma forte fiscalização da administração municipal, a construção de um debate permanente com a comunidade, denunciando as mazelas dos que se acham  ‘donos do pode’r local e mostrando que existem alternativas para tornar Santiago uma cidade mais justa, democrática e igualitária para com  os seus cidadãos. 

A Unidade Popular, através dos vereadores Nelson Abreu (PDT) e Miguel Bianchini (PPL),  juntamente com os novos vereadores Sérgio Marion e Iara Castiel, ambos do PT, temos convicção,  farão a diferença na próxima legislatura. O companheiro Sérgio Marion é  militante há vários anos do Partido, tem forte inserção popular, conseguiu chegar à Câmara na sua quarta disputa, sempre com respaldo de segmentos sociais excluídos das políticas públicas locais. A companheira Iara Castiel, professora, psicóloga e advogada, levará para o parlamento santiaguense, além de suas muitas e indiscutíveis qualidades intelectuais e experiência militante, sua formação política de esquerda e experiência de anos na militância partidária,  sindical e nos movimentos sociais. Perfis estes que fazem com que tenhamos uma expectativa alvissareira de termos uma bancada diferenciada no parlamento local que, sem dúvida, juntamente com o trabalho de base que o partido deverá retomar, em muito contribuirá para que o PT e a esquerda   retomem a disputa pela hegemonia na sociedade local e pavimentem o caminho,  nestes quatro anos,  rumo ao paço municipal em 2016.

Ruben Bitencourt Finamor

Professor, dirigente do PT,  Coordenador  Geral da 
Campanha da Unidade Popular por Santiago/RS
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-Foto: da esquerda para a direita: Ruben Finamor, Deputado Federal Paulo Ferreira (PT/RS) e Júlio Garcia -  em Santiago/2010).

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