SONHO SONHADO POR MUITOS
Por Antônio Bueno*
Após uma longa e exitosa caminhada é importante que
façamos algumas reflexões, considerações e agradecimentos, é preciso que
entendamos o período pré-eleitoral, como e por que se configuraram desta forma,
as composições, as dificuldades estruturais e humanas da campanha e dos nossos
adversários, o diálogo com a sociedade, as conquistas, o que deixamos plantado
e o que pretendemos construir, coletivamente, para futuro.
Em
setembro de 2011 o Partido dos Trabalhadores, através do seu diretório,
autorizou que participássemos das negociações do chamado “frentão” que já
dialogava há dois meses, com a visão de que não deveríamos ser mais
coadjuvantes (carregadores de bandeiras) e sim protagonistas com a inclusão do
meu nome na chapa majoritária. Como já vem acontecendo há anos, o PMDB (leia-se
Valério) protelou as negociações, não debatia internamente, não apresentou
nomes e recusou o nome apresentado pelos outros, deixando para a última hora a
tomada de decisões.
O
PT, percebendo a manobra e tentando unificar os Partidos, retirou o meu nome em
favor do Vereador Bianchini (PPL), reconhecendo ser naquele momento o Político mais
destacado no Parlamento Municipal, de conduta ilibada e que poderia liderar
esta frente de partidos, hipótese imediatamente rechaçada pelo Sr. Valério que
tem divergências políticas com o Bianchini por questiúnculas do passado; neste
momento entendemos que não tinha sentido algum continuar nos reunindo por que
definitivamente não chegaríamos a lugar algum.
A
situação se complicou, o Bianchini entendeu que seria mais viável politicamente
concorrer novamente a Vereador, não tínhamos decisões do PT e, muito menos, do
PDT sobre que caminhos deveríamos seguir, se coligados ou não. Num debate
maduro e franco o PT aprovou a coligação com o PDT e com o PPL na compreensão de
que não poderíamos continuar isolados, precisaríamos aglutinar outras forças
para fortalecer a Candidatura Majoritária e garantir a conquista de Bancada no
Parlamento. O PDT optou por compor com o Partido dos Trabalhadores e com o
Partido da Pátria Livre na compreensão de que seria o melhor caminho para
manter e ampliar sua representatividade na Câmara de Vereadores. (...)
Diante das dificuldades, do desempenho histórico do PT
em Santiago, do poderio dos nossos adversários e da cultura do nosso povo, o
resultado obtido é extremamente animador e nos enche de alegria: dobramos o
melhor resultado obtido em anos anteriores, recuperamos a bancada elegendo dois
vereadores numa composição de 13 (treze), fizemos uma campanha positiva, o
desejo de mudança e transformações repercutiu por toda a cidade e até no estado (...), agregamos apoios fantásticos de homens e mulheres, jovens ou idosos,
explicitados ou anônimos, honramos com cada compromisso assumido seja de
postura ou financeiro e acima de tudo, saímos desta campanha inteiros, unidos e
de cabeça erguida, prontos para começar imediatamente uma nova caminhada.
É preciso registrar a manifestação de apoio de tantos
Santiaguenses que em muitas vezes optaram pelo anonimato, que compactuaram com
o desejo de mudança, alguns jamais votaram para Prefeito no PT, mas viram no meu nome
muita seriedade e na nossa mensagem uma necessidade para o progresso e melhoria
de vida dos nossos conterrâneos, por isto se engajaram e fortaleceram nossa
luta.
A vitória ou a derrota não faz com que mudamos nossas
convicções, por isto desejar sucesso ao Prefeito Ruivo seria demagogia de minha
parte, pois dizemos a todos, não mandamos dizer, que a continuidade deste
modelo é avalizar todos os vícios e privilégios que se perpetuam há anos. O
Partido Progressista (PP) se compromete e se afunda a cada vitória e leva consigo o sonho de tantos Santiaguenses.
Ruivo, infelizmente, não se livrará das amarras a ele impostas e o comando
central continuará sendo na Benjamin Constant, Santiago continuará perdendo
oportunidades e não alterará a forma de administrar.
Estou muito feliz e ciente de ter cumprido com tudo
aquilo que prometi aos Partidos que me deram a honra de representá-los e a mim
mesmo. Prometi dar o melhor de mim para não envergonhá-los, valorizando e
enaltecendo a história deles, respeitando nossos adversários e a cada eleitor,
dizendo tudo o que era preciso dizer sem nunca perder a ternura. Plantamos uma
valorosa semente que nascerá e que deverá ser cultivada por homens e mulheres
que desejam e lutam por uma cidade melhor, precisamos persistir e um dia
colheremos um vistoso fruto e Santiago nunca mais será a mesma.
Sonho com uma cidade fraterna, muito mais humana,
ecologicamente correta, socialmente justa, que respeite e valorize a todos, que
gere oportunidade ao seu povo, que aplique bem e com transparência o dinheiro
público, que administre com participação popular, que apareça na mídia estadual
e nacional por notícias boas, não por desastres, escândalos ou catástrofes, que
seja efetivamente pólo de saúde e educação, protagonista do desenvolvimento regional.
Obrigado a todos e não deixe essa chama apagar,
continuarei lutando e agregando mais companheiros, não podemos fazer esses
debates só em período eleitoral, precisamos prestigiar e dar sustentação aos
Vereadores que elegemos, precisamos criar formas de acompanhamento e
fiscalização exercitando nossos direitos e nossos deveres de cidadão, temos que
disputar cada espaço da sociedade organizada, precisamos levar informações, conscientizar nosso povo,
mostrar que existem outras forças políticas que saberão construir uma cidade
muito melhor .
UMA BOA LUTA, VIVA SANTIAGO E VIVA AO POVO
SANTIAGUENSE!
*Antônio da Rosa Bueno (foto) é bancário, sindicalista e ex-vereador do PT. Concorreu a prefeito de Santiago nestas últimas eleições pela Unidade Popular (PT/PDT/PPL), tendo a chapa majoritária obtido 16,43% dos votos. É o atual Presidente do PT de Santiago/RS.
(Com o Facebook de 'Antônio Bueno - Coragem para Avançar') - Grifos deste blog
(18,07 h)
A palavra foi dita, vejamos se a prática a confirmará. Começar já, agora, hoje, o trabalho diuturno, miúdo, constante de tentar esclarecer um pouco mais a sociedade humilde santiaguense. De nada adiantará plantar em terra árida. Para a chamada "elite", composta de no máximo 5% da população, se computarmos aí aqueles que detém benesses do poder dominante e que, por isto, se acham incluídos. Julgam-se parte da elite, sem, contudo, sê-lo!
ResponderExcluirA mentalidade medieval dos senhores das terras, da vassalagem, do campesinato, precisa mudar.A sociedade hoje é outra, embora muitos ainda não tenham percebido. A vida democrática supõe um conhecimento e uma consciência de classe. De classe operária, de classe trabalhadora braçal. Enquanto persistir esta salada de frutas que só interessa aos 5% que dominam, os restantes 95% permanecerão subjugados, aceitando migalhas, brigando por fatias cada vez menores. Aceitando o servilismo e achando que isto é coisa natural. Não é! A classe trabalhadora não tem consciência da força que possui, do poder que, se unida fosse, teria nas transformações, no aumento de sua renda, nas conquistas sociais.