O deputado federal André Vargas (PT-PR) é o vice-presidente
da Câmara Federal.
Recentemente esteve envolvido numa polêmica com a
ex-ministra da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência), Helena Chagas.
Vargas teria dito que a comunicação do governo era uma
porcaria numa reunião do partido. Quando ela saiu do governo, afirmou que não
gostava dela mesmo.
Hoje, Vargas foi além em fazer ecoar o sentimento do
militante petista mais aguerrido. Na visita que o presidente do Supremo
Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, fez à Câmara, Vargas ergueu o braço esquerdo
com o punho fechado. Gesto que José Dirceu e Genoíno utilizaram quando se
dirigiram à prisão.
A atitude de Vargas certamente será alvo de críticas de
muitos colunistas e políticos da oposição, mas já se tornou um meme na
internet. Muitos petistas se sentiram
representados por ele.
Entre outras coisas, vão dizer que o gesto de Vargas é um
desrespeito institucional. Pura bobagem.
Prefiro entendê-lo como um afirmação do poder Legislativo.
Algo como, aqui, Joaquim Barbosa, como todos os seus problemas, é a casa da
pluralidade democrática. Se não gostou,
fique à vontade, a porta de saída é serventia da Casa.
Joaquim Barbosa pode não gostar. A oposição pode esbravejar.
A mídia cacarejar à vontade. Mas o gesto de André Vargas não só é expressão
democrática. Como absolutamente defensável. E mais do que isso, importante do
ponto de vista da demonstração da independência dos poderes.
Há tempos o Congresso estava devendo um gesto, mínimo que
fosse, de indignação com a saraivada de golpes que sofreu do presidente do STF.
*Por Renato Rovai in http://revistaforum.com.br/
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