Por José Dirceu*
A
inflação tem queda, o preço do tomate despenca, a cesta básica cai em todo país
pela primeira vez desde 2007 e o índice oficial de julho fica próximo de zero.
Nada disso é novidade ou surpresa. O que impressiona é como se aceita como
natural o aumento dos juros.
O
que surpreende é como a mídia e a oposição criaram, sem resposta do governo e
do PT, expectativas de inflação para além da realidade, impulsionando e
generalizando uma inflação setorial e conjuntural pressionada pela demanda dos
serviços e mão de obra.
E
como obrigaram, na prática, o Banco Central a aumentar a Selic antes que se
generalizasse na economia a sensação artificial que a inflação estava fora do
controle.
É
fato mais do que conhecido – e nós dissemos isso aqui várias vezes – que há
muita volatilidade nos preços de alimentos que compõem o índice de inflação,
por causa do clima e da safra. A própria Folha de S.Paulo reconhece hoje que,
historicamente, a maioria dos alimentos in natura (hortaliças e frutas, por
exemplo) sobe de preço nos primeiros meses do ano e cai depois. Mas isso o
jornal e o restante da grande imprensa preferiam ignorar durante a campanha
artificial da inflação.
Os
alimentos derrubaram a inflação, que cairia com o fraco desempenho da economia,
com a queda do consumo, diminuindo a pressão sobre os salários, emprego e
serviços, uma prova concreta que não era necessário subir a Selic.
Até
porque o Banco Central tem outros instrumentos para esfriar o crédito e o
consumo, começando pelos compulsórios. Mas ao subir a Selic, atendeu ao
rentismo e ao sistema financeiro. Os de sempre...
Preços
em queda
A
cesta básica ficou mais barata em julho nas 18 capitais pesquisadas pelo
Dieese. Foi a primeira queda de preços em todas as capitais pesquisadas desde
maio de 2007. O tomate liderou a queda. Em Brasília, o preço caiu 56,81%.
Hoje,
saiu o IPCA de julho, que é o índice oficial. O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo desacelerou de 0,26% em junho para 0,03% em julho, segundo o
IBGE.
Em
12 meses,o IPCA acumula alta de 6,27%,
dentro da meta com banda para cima do Banco Central.
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