Este blogue apurou que o líder do PMDB
na Câmara, Eduardo Cunha, está se empenhando pessoalmente para transformar um
longo debate na sociedade em um acordo entre dois setores econômicos, as teles
e a radiodifusão. Ou seja, a Vivo, a TIM, a Claro e a Globo. A aprovação do
texto do Marco Civil da Internet subiu literalmente no telhado e só irá descer
com algum nível de qualidade se a sociedade for à luta.
É hora de pressionar Eduardo Cunha
enviando e-mail, postando memes, ligando no gabinete. (Foto: Luis Macedo/Câmara
dos Deputados)
Pelo acordo que está sendo encaminhado
por Eduardo Cunha, a Globo negociaria ao menos parcialmente a neutralidade na
rede e ficaria com o artigo que garante que os direitos autorais no Brasil se
sobrepõem aos direitos humanos.
É isso mesmo, você não leu errado. A
Globo defende que apenas para questões que envolvam direitos autorais não haja
necessidade de processo judicial para que um conteúdo seja retirado do ar. Ou
seja, você pode defender a pedofilia que tudo bem, mas se divulgar o capítulo
da novela no seu blogue estará perdido.
Mas o artigo que ajuda a Globo permitirá
de alguma maneira que outros grupos se apropriem dele para praticar censura,
utilizando-se do recurso do “uso indevido da imagem”. Por exemplo: os grupos
LGBTS publicam textos pela sua militância e o Marco Feliciano solicita, via
notificação extrajudicial, e retirada do ar porque usaram uma foto dele. O
mesmo pode acontecer com o MST se criticar a Kátia Abreu. E aí aquela lei da
biografias vai virar piada de salão…
Enquanto isso, as teles querem ser
donas não só dos dutos por onde passam as informações, querem controlar também
as informações que passam por ali. E a depender do que estiver circulando,
cobrar diferente por isso, como fazem as tevês a cabo.
Ou seja, você quer só receber e enviar
email, paga 10 reais por mês. Quer assistir vídeo no youtube é vintão. Quer ter
um blogue, o pacote já fica 30. Quer também colocar vídeos na rede, o preço
pode chegar a 100. É isso que está em jogo. Eduardo Cunha está (parafraseando
Brizola) articulando a aliança entre o coisa ruim e o satanás.
A presidenta Dilma já deu declarações a
favor da neutralidade na rede e contra o artigo que só interessa à Globo. Mas a
relação do governo com o PMDB está num momento tenso e o Marco Civil pode pagar
o pato.
É hora de pressionar Eduardo Cunha
enviando e-mail, postando memes, ligando no gabinete, utilizando todos os
instrumentos democráticos para convencê-lo a recuar desta operação.
O custo da aprovação de uma lei para
garantir mais privilégios ainda à Globo e às telefônicas no Brasil seria
imenso. De dimensões terríveis para o Brasil. E para quem defende a liberdade.
*Via Viomundo http://www.viomundo.com.br
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