domingo, 6 de outubro de 2013

Dez conseqüências da decisão de Marina Silva



Por Ion de Andrade*

1)      Vira-se uma página da política brasileira. No cenário estão concorrendo “para valer” apenas grupos políticos que se originam da oposição à ditadura. Terá demorado 25 anos (dia por dia, se considerarmos a constituição de 88 como o grande marco da democracia) para que a passagem tenha sido consolidada;

2)      A velha política (PSDB/DEM/PPS) se esvazia e muitos serão os políticos destes partidos que apoiarão abertamente (ou não) a dupla Campos/Marina;

3)      A dupla PMDB/PT se consolida. Fica claro para o PMDB que o maior quinhão de poder que pode ter é na aliança com o PT, razão porque o PMDB, até aqui em cima do muro, vai embarcar na candidatura Dilma com força total por interesse próprio;

4)      O PT dificilmente perderá eleitores para o novo polo oposicionista e a presença de Lula na campanha, com todo o gás, conforme vem afirmando, vai dividir votos com Campos em Pernambuco, o seu principal colégio;

5)      Os Gomes do Ceará, de decisão Dilmista tomada, virão também com força total para o lado da presidenta, e o seu peso e valor na frente pró Dilma só tende a crescer. Uma eventual vitória de Campos colocaria o grupo em péssima situação. Sua participação será aguerrida.

6)      O PSDB não decola e estará atravessado por tendências dilacerantes. O fortalecimento Campos/Marina enterra o cenário em que disputava uma queda de braço com o PT a nível nacional, o que o mantinha no topo da grande política. Se houver segundo turno (Campos x Dilma)  a bem de manter esta polarização com o PT, tenderia possivelmente a apoiar Dilma, (por debaixo do pano), pois, incrivelmente, a sua vitória seria a única possibilidade de retorno à polarização que o mantem vivo. A disputa Aécio x Campos é de vida e morte para o PSDB. Uma vitória de Campos colocaria o PSDB numa situação de coadjuvante na qual nem seria governo e nem oposição e ostracismo em política significa fim de linha.

7)      O DEM compra o caixão. O PPS não vai saber tão cedo definir para onde vai. Mas  vai mesmo para o buraco.

8)      O preço do PDT sobe e muito para o governo. Aposto que os ministérios do PSB lhes serão transferidos com o apoio aberto e escancarado do PMDB.

9)      A soma Marina/Campos cresce no eleitorado coxinha em detrimento do DEM e PSDB, porém a baixa penetração da dupla em São Paulo, Minas, Bahia, Rio, e Rio Grande do Sul trará dificuldades maiores para que ganhe peso decisivo;

10)   O campo conservador que quer estabilidade tende a desembarcar do PSDB rumo a Dilma.

*Via Blog do Nassif  http://jornalggn.com.br/fora-pauta

Um comentário:

  1. O comentário traz alguns devaneios mas também traz imensas possibilidades de acerto.
    Esquece de analisar o futuro da mídia tradicional, aquela que nos acompanha desde os tempos do império. Se o quadro descrito vier realmente a acontecer, que fará a mídia? Perderá grande fonte de financiamento com a derrocada do PSDB em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Da mesma forma com a derrocada do PMDB no Rio de Janeiro.
    Que fará a mídia e seus colonistas sem a compra maciça de seus produtos pelos governos? Fundir-se-á? Irá cantar noutras plagas? Tentará, outra vez, o apoio do exército? Das igrejas? Virá à público dizer que errou nestes anos todos e que a partir de agora fará uma imprensa com imparcialidade? Com contraditórios? Com oportunidades a todos? Terá algum resultado? Alguém ainda lhe dará algum crédito?

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