Por Ion
de Andrade*
1) Vira-se uma página da política
brasileira. No cenário estão concorrendo “para valer” apenas grupos políticos
que se originam da oposição à ditadura. Terá demorado 25 anos (dia por dia, se
considerarmos a constituição de 88 como o grande marco da democracia) para que
a passagem tenha sido consolidada;
2) A velha política (PSDB/DEM/PPS) se
esvazia e muitos serão os políticos destes partidos que apoiarão abertamente
(ou não) a dupla Campos/Marina;
3) A dupla PMDB/PT se consolida. Fica claro
para o PMDB que o maior quinhão de poder que pode ter é na aliança com o PT,
razão porque o PMDB, até aqui em cima do muro, vai embarcar na candidatura
Dilma com força total por interesse próprio;
4) O PT dificilmente perderá eleitores para
o novo polo oposicionista e a presença de Lula na campanha, com todo o gás,
conforme vem afirmando, vai dividir votos com Campos em Pernambuco, o seu
principal colégio;
5) Os Gomes do Ceará, de decisão Dilmista
tomada, virão também com força total para o lado da presidenta, e o seu peso e
valor na frente pró Dilma só tende a crescer. Uma eventual vitória de Campos
colocaria o grupo em péssima situação. Sua participação será aguerrida.
6) O PSDB não decola e estará atravessado
por tendências dilacerantes. O fortalecimento Campos/Marina enterra o cenário
em que disputava uma queda de braço com o PT a nível nacional, o que o mantinha
no topo da grande política. Se houver segundo turno (Campos x Dilma) a bem de manter esta polarização com o PT,
tenderia possivelmente a apoiar Dilma, (por debaixo do pano), pois,
incrivelmente, a sua vitória seria a única possibilidade de retorno à
polarização que o mantem vivo. A disputa Aécio x Campos é de vida e morte para
o PSDB. Uma vitória de Campos colocaria o PSDB numa situação de coadjuvante na
qual nem seria governo e nem oposição e ostracismo em política significa fim de
linha.
7) O DEM compra o caixão. O PPS não vai
saber tão cedo definir para onde vai. Mas
vai mesmo para o buraco.
8) O preço do PDT sobe e muito para o
governo. Aposto que os ministérios do PSB lhes serão transferidos com o apoio
aberto e escancarado do PMDB.
9) A soma Marina/Campos cresce no eleitorado
coxinha em detrimento do DEM e PSDB, porém a baixa penetração da dupla em São
Paulo, Minas, Bahia, Rio, e Rio Grande do Sul trará dificuldades maiores para
que ganhe peso decisivo;
10) O campo conservador que quer estabilidade
tende a desembarcar do PSDB rumo a Dilma.
*Via Blog do Nassif http://jornalggn.com.br/fora-pauta
O comentário traz alguns devaneios mas também traz imensas possibilidades de acerto.
ResponderExcluirEsquece de analisar o futuro da mídia tradicional, aquela que nos acompanha desde os tempos do império. Se o quadro descrito vier realmente a acontecer, que fará a mídia? Perderá grande fonte de financiamento com a derrocada do PSDB em São Paulo, Paraná e Minas Gerais. Da mesma forma com a derrocada do PMDB no Rio de Janeiro.
Que fará a mídia e seus colonistas sem a compra maciça de seus produtos pelos governos? Fundir-se-á? Irá cantar noutras plagas? Tentará, outra vez, o apoio do exército? Das igrejas? Virá à público dizer que errou nestes anos todos e que a partir de agora fará uma imprensa com imparcialidade? Com contraditórios? Com oportunidades a todos? Terá algum resultado? Alguém ainda lhe dará algum crédito?