Cite, o arguto leitor e a
arguta leitora, quais eram as ideias do ex-futuro partido de Marina Silva,
assim, de cabeça.
Tempo! Ficou difìcil,
caríssimos?
Pois é, por isso é uma
farsa.
Marina não é uma
afirmação, não é um projeto político.
Nem mesmo um projeto
político montado em torno de uma pessoa, como se poderia, até incorretamente,
dizer que foi o PT em torno de Lula ou o PDT com Brizola.
Marina é uma negação: a
negação da política, dos partidos, um messianismo sui generis, destes em que o
papel do Messias é ser um nada, um ausente, um personagem cuja finalidade é
tentar ser presidente para que outros não sejam.
Apenas isso.
Marina representa apenas
a parcela da população que crê que o Estado é um mal e que uma nação é apenas
um amontoado de interesses paroquiais.
Montam-se partidos com
facilidade, e por isso há 32 deles no Brasil.
Montam-se, inclusive,
muito mais por interesses e negócios que por ideologia, viu-se com o
“Solidariedade” de Paulinho e outros que tais.
Ou por arranjos locais,
como o PROS dos Gomes cearenses e do Garotinho fluminense.
Por que, então Marina não
conseguiu montar o dela? Ou será que o “dote” de 19,3% dos votos nas eleições
de 2010 não tornava “embarcar” no marinismo atraente eleitoralmente?
Por uma razão: Marina não
disputa o poder, mas a notoriedade.
Não disputa o poder pelas
razões que ao início se apontou: o de não ter um projeto de país, nem mesmo um
projeto para o país.
Isso quer dizer que ela
não tem representação social ou que não possa ou não deva concorrer a
Presidência?
Não, absolutamente.
Marina representa uma
parcela da elite brasileira que não consegue pensar além de seu próprio umbigo,
que se sabe uma minoria e gosta disso.
Uma versão cult da “gente
diferenciada”, que tem um “projeto social” tao vago e tolo quanto aquelas moças
que diziam sonhar em ser “modelo-manequim”. E que tem vergonha de ser tucana,
para não parecer o que é: direita.
Náo tenha dúvida, caro
amigo e cara amiga. Em colégios eleitorais como aqueles da foto das bruxas de
Blair, dava Marina fácil.
Ela era, ali, uma espécie
de bibelô bem arranjado, uma “bonne sauvage” educada, com seus lenços “style” à
guisa de penachos. Um exotismo divertido.
Voto popular, mesmo, só
entre os evangélicos.
Mas Marina era – e ainda
pode ser – útil como candidata.
Desvia parcela da classe
média que, com nariz torcido e resmungos, acabaria ficando com o povão e a
política real e, com isso, facilita o
único que a direita pode, neste momento, almejar: ir para o segundo turno.
Essa é a encruzilhada
onde ela está.
Se for candidata por
outro partido, depois de negar a todos, terá de despir os véus do “diferente”,
se entregando a um arranjo eleitoral que, quando no Partido Verde, não era tão
perceptível, embora fosse real e sua saída do PV, passadas as eleições, só o confirmou.
Se nao for candidata,
numa eleição já desde o início plebiscitária, teria de ser força de apoio – o
que dificilmente sua vaidade permitiria – ou ausência.
A conversinha de
discriminação à Rede não colou, porque Marina enredou-se na própria arrogância
e incompetência de não conseguir, objetiva e tempestivamente um apoiamento que,
convenhamos, seria irrisório para quem dizia ter a preferência de um quarto do
eleitorado brasileiro.
Hoje, mais tarde,
saberemos para onde vai Marina.
Ou, afinal, já sabemos:
para lugar nenhum além de seu próprio egocentrismo.
Essa marina é uma piada!
ResponderExcluirEnquanto isto, bem mais em baixo, no boqueirão, um "conhecido empresário" instalou em frente à sua casa uma bandeira nacional toda em preto em sinal de luto. Ahh, sim, com uma estrela vermelha.
E eu que pensava que era crime fazer apologias com os símbolos nacionais! Devo ter me enganado. Decerto não é mais.
Tal 'conhecido empresário' não falou nada do sonegômetro. Também é estranho.
Mas o protesto dele ficaria ainda mais legal se utilizasse o dinheiro gasto com a palh, digo, com o protesto e comprasse, ´por exemplo, umas cestas básicas. Tem tanta gente precisando. Dá dó!