Por Al Reiffer*
A administração do PP em Santiago, e
não é de hoje, vem sofrendo de um mal bastante comum nos nossos dias,
principalmente quando se trata de Brasil:
o da "Política da Aparência". É só em Santiago tal fenômeno? É
ostensível que não. Mas como vivo aqui, falarei do que tenho visto em minha
cidade. E seja como for, aqui se tem a forte impressão de que a "Política
da Aparência" tem raízes bastante profundas, pois é muito bem vista pela
sociedade em geral, preocupada, enfim, em ser contentada com o "belo"
e com as "fachadas" pelos locais por ande mais se transita.
Aqui a política da aparência consiste
em se investir no centro, enfeitando-o, deixando-o "ajeitadinho", e
esquecendo-se do trabalho nos bairros, de nossos principais problemas sociais,
como a ausência de oportunidades de emprego, como as questões ambientais, que
vêm sofrendo um verdadeiro descaso por parte do poder público.
Enquanto as ruas centrais foram
asfaltados (aliás, parece-me que não com um serviço de grande qualidade, pois
já começaram a ficar esburacadas) e luminárias novas e canteiros de flores
foram espalhados pelo centro, o que é bonito, sem dúvida, as ruas de muitos
bairros continuam sem calçamento, tapadas de pedras e buracos, não obstante as
seguidas promessas de campanha. Soube pessoalmente de casos de ruas onde se
cobra IPTU, mas não se calça porque se considera de zona rural. Exatamente. Um
morador foi reclamar que havia sido prometido durante a campanha política
municipal o calçamento de sua rua. Disseram a ele que a rua não poderia ser
calçada, pois estava em zona rural. Com o detalhe de que o morador ( e demais
moradores) pagava IPTU a mais de 20 anos.
O acima citado é apenas um exemplo
desse descaso com o que NÃO DÁ NA VISTA, mas existem vários outros. Esgotos a
céu aberto, lixo acumulado nas margens das ruas e em terrenos baldios, cursos
d'água totalmente poluídos, abarrotados de toda espécie de sujeira, esgoto
doméstico despejado em arroios por não haver nenhum tipo de tratamento
disponível, mau-cheiro espalhado por locais públicos... E todos eles afastados
do centro. É que melhorar e deixar o centro bonitinho traz votos, é APARÊNCIA,
e não é isso o que vale nos dias de hoje? (...)
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*Al Reiffer (foto) é professor em Santiago/RS, poeta e blogueiro.
É Editor do http://artedofim.blogspot.com.br/ (fonte desta postagem)
Prezado Júlio.
ResponderExcluirGeralmente concordo "ipsis literis" com o que escreve o Reiffer, que à propósito, o faz excepcionalmente bem, como sabido.
Hoje, tenho de concordar ainda mais com ele, pelo fato de que vive e convive no dia-a-dia da nossa terra, ao contrário de nós dois que o fazemos longe do calor dos acontecimentos locais, apenas pelo pouco que é noticiado e pela visão, nem sempre imparcial de quem o faz.
À distância, as análises nem sempre são as mais corretas. E como, geralmente, não se recebe "feed back", fica ainda mais difícil a interpretação.
Sem dúvida, Weimar. É isso mesmo!
ResponderExcluirAbraço!