Um dos principais articuladores da ex-senadora Marina Silva,
o deputado Alfredo Sirkis (PV-RJ) subiu o tom nesta sexta-feira (4), em texto
publicado em seu blog, fazendo ataques ao jogo político da colega.
Segundo ele, Marina tem "limitações como todos",
"às vezes falha como operadora política" e "reage mal a críticas
e opiniões fortes discordantes".
As críticas surgem um dia após o TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) rejeitar o pedido de registro da Rede Sustentabilidade, partido que
a ex-senadora tentava viabilizar para se candidatar ao Planalto em 2014.
Ontem, depois do julgamento, Sirkis foi um dos 20
companheiros que se reuniram durante a madrugada com Marina que precisa
confirmar até amanhã se estará filiada a um partido político para disputar as
próximas eleições.
Segundo relatos, o deputado e Marina protagonizaram um
bate-boca. Ele reclamou que Marina estava pensando apenas nela, esquecendo dos
companheiros, em especial daqueles com mandatos.
"[Marina] Possui, no entanto, limitações, como todos
nós. Às vezes falha como operadora política comete equívocos de avaliação
estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só
conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais. Reage mal a críticas e
opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus
pares. Tem certas características dos líderes populistas embora deles se
distinga por uma generosidade e uma pureza d'alma que em geral eles não têm",
disparou.
Ele, no entanto, ressaltou qualidades pessoais da
ex-senadora. "Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente
dedicada a uma causa da qual compartilhamos e certamente a pessoa no país que
melhor projeta o discurso da sustentabilidade, da ética e da justiça
socioambiental", afirmou.
Para o deputado, o grupo de Marina "deu mole" ao
não perceber que não teria condições para se viabilizar para 2014. Ele ainda
alfinetou Marina abordando questões religiosas, sendo que ela é evangélica.
"Para mim não foi surpresa alguma, nunca foi uma questão
de fé --Deus não joga nesta liga-- mas de lucidez e conhecimento baseado na
experiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta que se não tivéssemos uma a
uma as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas pela repartição
cartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba".
O congressista criticou o fato de ela ter saído do PV após
conquistar quase 20 milhões de votos em 2010.
"Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de
séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram
operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de
parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido,
possivelmente ainda pior do que o PV".
*Fonte: Folha de São Paulo - Edição final e grifos deste Blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário