Por André Richter, Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público Eleitoral (MPE) enviou hoje (1º) parecer
ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a concessão de registro ao partido
Rede Sustentabilidade, fundado pela ex-senadora Marina Silva. O pedido de
registro da legenda deve ser julgado pelo tribunal nesta semana. Para participar
das eleições do ano que vem, o partido tem que ser registrado até o dia 5 de
outubro, um ano antes do primeiro turno.
Segundo o vice-procurador eleitoral Eugênio Aragão, o partido não obteve
número mínimo de 492 mil assinaturas necessárias para obtenção do
registro. De acordo com Aragão, a Rede
Sustentabilidade conseguiu validar 442.500 assinaturas. “No caso em apreço,
constata-se que o ora requerente não obteve o número mínimo necessário de
apoiamentos”, disse Aragão.
Sobre acusação da ex-senadora de que os cartórios eleitorais teriam
anulado assinaturas sem justificativa, Aragão disse que o dever de comprovar averacidade das assinaturas é do partido. “Não seria razoável cobrar dos
cartórios eleitorais discriminação individualizada sobre o porquê de cada uma
dessas 98 mil assinaturas não terem sido reconhecidas e contabilizadas. Provar
a autenticidade das assinaturas é ônus do partido e não dos cartórios”, disse
Aragão.
Ontem (30), a ministra Laurita Vaz, do TSE, concedeu prazo de 24 horas
para que o MPE se manifestasse. Na segunda-feira (26), Laurita Vaz determinou a
recontagem das assinaturas entregues pela legenda. Ela atendeu ao pedido do
vice-procurador eleitoral Eugênio Aragão. Na sexta-feira (20), em parecer
enviado ao TSE, Aragão disse que a legenda de Marina Silva validou na Justiça
Eleitoral 102 mil assinaturas de apoiadores em todo o país.
Para obter registro, o partido precisa validar 0,5% dos votos registrados
na última eleição para a Câmara dos Deputados. Segundo Marina Silva, o partido
coletou 868 mil assinaturas e tem 550 mil validadas, número superior ao mínimo
solicitado pela lei eleitoral.
De acordo com a ex-senadora, os números são divergentes porque, durante o
processo de validação de assinaturas de apoiadores nos tribunais regionais eleitorais,
os cartórios atrasaram os procedimentos e anularam 95 mil delas sem
justificativa.
Edição: Fábio Massalli
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