O conservadorismo
brasileiro está em franca campanha para que os ministros do TSE aprovem a
criação da “Rede” de Marina Silva.
Com assinaturas ou sem
assinaturas exigidas pela lei, importa pouco.
Mas está difícil.
Merval Pereira, o Ruy
Barbosa do casuísmo, depois de revogar os embargos infringentes por conta
própria, agora quer revogar as exigências legais e lamenta que o tribunal esteja inclinado a
“optar pela letra fria da lei, em vez de interpretar o espírito do legislador”.
Ou seja, o respeito à lei
depende do freguês.
Esse “jeitinho” já foi
dado há 30 anos, quando Ivete Vargas “registrou” o PTB sem os documentos
exigidos por lei, alguns dias antes que Leonel Brizola o tentasse fazer, este
com a documentação completa.
O TSE, por artes e manhas
de Golbery do Couto e Silva, a quem era essencial que Brizola não pudesse
reatar o fio da história petebista que o Golpe de 64 quisera cortar, inspirou
um “direito de protocolo” que entregou a sigla a Ivete quando ela, afinal,
conseguiu os apoios e documentos que não tinha ao fazer o pedido de registro.
Agora, a direita faz tudo
para conseguir que o Tribunal
”flexibilize” a lei e dê a Marina o partido que ela não organizou como
se exige.
Não por ela, mas porque
deseja que a eleição não tome, já de início, uma natureza plebiscitária, com
Marina servindo de estuário a um voto de classe média arisco ao tucanato.
E que, assim, não se
possa decidir no primeiro turno.
Não que Marina careça de legitimidade
pessoal para ser candidata. Tem.
Mas o processo
democrático é fundado em partidos e ela
saiu do PV – como antes do PT – porque quis, não entrou em outro partido porque
não quis e lançou esta tal Rede apenas em fevereiro deste ano porque assim o
quis.
Como quis,
arrogantemente, que as instituições e regras legais se abrissem e deixassem
passar a “princesa da floresta” ou outro título nobiliárquico que se adeque à
sua atual e pomposa condição de queridinha das elites.
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